O governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) encerrou 2016 com déficit primário de 154,255 bilhões de reais, terceiro resultado consecutivo no vermelho e o pior já registrado pelo país.
O rombo ficou dentro da meta oficial, de saldo negativo de 170,5 bilhões de reais para o ano, com receitas extraordinárias de mais de 45 bilhões de reais.
Só em dezembro, o déficit primário foi de 60,124 bilhões de reais, divulgou o Tesouro na segunda-feira, desempenho melhor que a projeção de analistas de rombo de 71,90 bilhões de reais, segundo pesquisa Reuters.
Reflexo da forte recessão atravessada pelo Brasil, as receitas líquidas totais tiveram declínio real de 4,1 por cento sobre 2015, a 1,088 trilhão de reais, mesmo com a arrecadação bruta de 46,8 bilhões de reais obtida pelo governo com o programa de regularização de ativos no exterior.
As despesas, por outro lado, caíram em menor ritmo, a 1,2 por cento na mesma base de comparação, a 1,242 trilhão de reais.
O destaque foi para outras despesas obrigatórias, que incluem gastos com subsídios e créditos extraordinários, com recuo de 22,3 por cento em 2016. Esse movimento se deu sobretudo pela forte base de comparação com 2015, ano em que o governo regularizou o pagamento das chamadas "pedaladas fiscais".
Por outro lado, os desembolsos com benefícios previdenciários subiram 7,2 por cento sobre 2015, a 516,860 bilhões de reais, segundo o Tesouro. Em comentário por vídeo, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o resultado primário do governo central veio melhor que o esperado, e ressaltou que o governo fez esforço para redução de restos a pagar em mais de 37,5 bilhões de reais no ano passado.
Nos últimos meses, membros da equipe econômica já haviam informado que o resultado do governo central fecharia 2016 um pouco melhor que a meta fixada para o ano para compensar desempenho pior esperado para Estados, municípios e estatais. Para o setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais), a meta é de déficit primário de 163,9 bilhões de reais em 2016. (Por Marcela Ayres).
Créditos: Brasil 247
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