Com quase o dobro da quantidade de assinaturas necessárias, o senador Paulo Paim (PT-RS) protocolou, na terça-feira (21), o requerimento para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar os números e possíveis desvios do sistema previdenciário. O ato de entrega do pedido contou com a participação de mais de 80 entidades da sociedade civil organizada.
A chamada CPI da Previdência tem, até o momento, o apoio de 50 parlamentares, número equivalente a um terço do total de senadores e conta, inclusive, com políticos da base do governo. Para que a CPI seja aberta são necessárias 27 assinaturas.
Os senadores que queiram assinar o requerimento ou retirar o apoio poderão fazê-lo até as 23h59 desta terça. Após a confirmação do número mínimo de assinaturas, a CPI será instalada.
Sobre a proposta, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) afirmou que “a comissão será mais um instrumento de luta contra a reforma da Previdência. Vamos passar a limpo o argumento falacioso do governo de que existe déficit na Previdência. É a hora da verdade prevalecer, é hora de desmistificar esses números mentirosos do governo. Não existe déficit na Previdência”, ressaltou.
Ela lembrou ainda a força e o papel das senadoras no pedido da CPI: “independentemente de ideologias partidárias, as 13 senadoras assinaram o pedido de abertura da CPI. As mulheres saem na vanguarda e na luta contra a reforma da Previdência. Essa reforma é um atentado ao povo brasileiro, principalmente a nós mulheres. Por isso, tenho a certeza de que nenhuma senadora vai retirar sua assinatura”, concluiu.Durante toda a manhã, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa ficou reunida em audiência pública para discutir a reforma. De lá, os participantes seguiram para a Secretaria Geral da Mesa para protocolar o requerimento.
Na Câmara, os deputados da oposição ao governo do presidente não eleito Michel Temer também começaram a coletar assinaturas para a abertura da CPI. Nesta casa é necessário que 171 deputados apoiem a medida.
Créditos: Brasil de Fato
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