Senadores, deputados e movimentos sociais lançaram ontem (21), em Brasília, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional. “A frente é fundamentalmente contra o domínio do capital financeiro e a história da privatização da Petrobras. O petróleo é o sangue do desenvolvimento de qualquer país moderno. Não podemos admitir”, afirmou o presidente da organização suprapartidária senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Além de parlamentares, estiveram presentes durante ato de lançamento nomes como os ex-ministros Bresser Pereira e Celso Amorim. Requião explica que a intenção é amplificar as vozes em defesa do país em diferentes campos da política e da sociedade “Enquanto o mundo todo resolve crises de recessão com investimentos públicos, como fizeram os Estados Unidos, a Alemanha, que o Brasil encolha investimentos, acabando com a demanda interna”, disse em referência à agenda política de austeridade do governo Michel Temer (PMDB).
O secretário geral da frente, deputado Patrus Ananias (PT-MG), explicou o que representa a luta por soberania. “Precisamos preservar nosso patrimônio material, histórico e moral. Me perguntam o que entendemos por soberania. Eu digo que é soberano um país que preserva suas riquezas e as coloca a serviço da emancipação de seu povo. Um país que preserva sua memória e planeja, constrói seu futuro pensando nas gerações do presente e do futuro. Queremos defender os interesses do Brasil envolvendo todos os setores do nosso país e dialogando com o mundo.”
A senadora Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM), que integra a frente, destacou a importância desta reunião de forças como a “mãe de todas as frentes parlamentares”, e teceu críticas ao modelo político adotado por Temer. “Tudo dialoga com a soberania. A defesa da Petrobras, dos bancos públicos, dos trabalhadores. Nossa soberania está ameaçada, porque o golpe não foi contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), foi contra a soberania, contra os direitos dos trabalhadores, contra a possibilidade de continuarmos nos desenvolvendo e de nos tornarmos um país respeitado no mundo inteiro”, disse.
“Lutamos contra a privatização da Petrobras, algo que já está acontecendo com a venda de ativos pelo governo Temer. Lutamos contra a destruição da indústria brasileira, sobretudo dos setores de petróleo e naval. Não há como pensar em desenvolvimento científico e tecnológico se não incentivarmos a indústria nacional. Se comprarmos tudo de fora, como querem, alegando ser mais barato, não vamos gerar empregos e nem tecnologia”, continuou Vanessa.
Para a senadora, a união de diferentes partidos com a sociedade em uma luta conjunta é necessária para a saúde da democracia brasileira. “A chave da questão agora é a intersecção que temos de fazer entre sociedade e parlamento. Vivemos em um tempo de dificuldade por conta de escândalos, mas não há saída para uma nação que não seja através da política e da democracia. Temos que nos unir e corrigir a política e não permitir que o desencanto leve à apatia e faça com que os golpistas ataquem de morte nossa soberania de forma tão rápida e corrosiva como estão”, concluiu.
Créditos: Rede Brasil Atual
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários aqui publicados são de responsabilidade de seus autores.