Depois da ampliação do rombo fiscal, o governo Temer agora quer economizar congelando os salários dos servidores públicos do Executivo federal até 2019, exceto os militares. Outra medida cogitada é a definição de um teto de R$ 5.000 para os rendimento dos novos concursados com níveis médio e superior. As medidas dependem de aprovação do Congresso Nacional.
Segundo a coordenadora geral do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no estado de Pernambuco (Sindsep-PE), Graça Oliveira, as medidas anunciadas pelo ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo de Oliveira, na última terça-feira (15) caíram como "uma bomba" entre os servidores.
Superado o choque inicial provocado pelo anúncio, "os servidores públicos precisam sair do nível de reclamação e partir para a ação", defendeu Graça em entrevista RBA, ontem (18). Ela anunciou que a categoria deve se mobilizar e cogita greve dos funcionários públicos a partir de setembro contra as iniciativas do governo Temer.
A sindicalista listou uma série de cortes em programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida para dizer que o governo Temer representa um modelo de "Estado-mercado". "Não é um Estado inclusivo, que olhe para os direitos sociais, é um Estado minimo", diz ela.
Sobre os cortes promovidos contra os servidores, a coordenadora do Sindsef-PE comparou o governo Temer aos tempos do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o funcionalismo ficou sete anos e meio sem reajuste, segundo ela.
Graça Oliveira também criticou a postura de veículos da imprensa tradicional que tentam rotular os servidores como "preguiçosos e vagabundos", responsabilizando-os pelos desequilíbrios nas contas públicas. Ela lembra que os funcionários do Executivo federal, alvos das medidas do governo, possuem média salarial menor que a dos demais poderes da República. "Os salários do Executivo sempre foram os mais baixos, com algumas exceções. É um absurdo o que a maioria da imprensa vem falando."
Créditos: Rede Brasil Atual
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