O próprio ex-presidente Lula saudou as manifestações de oposição, ao afirmar que faziam parte da democracia e que, portanto, deveriam ser respeitadas.
Além de Lula e Dilma Roussef, a senadora Gleisi Hoffman, presidenta do PT, esteve presente em algumas etapas do trajeto e já havia denunciado publicamente a ação dos grupos de direita, afirmando que eles “estão impedindo dois ex-presidentes de andar pelo país”.
Agressões:
Em Bagé (RS), ponto de partida da caravana, algumas pessoas foram fotografadas portando armas de fogo entre os opositores. Pedras foram arremessadas nos ônibus, sem sucesso. Maquinários como tratores e andaimes, usados comumente por ruralistas e grandes proprietários de terra, foram utilizados para bloquear o acesso da comitiva a algumas cidades previstas na rota.
Entre os opositores, muitos vestiam camisetas com a imagem do pré-candidato da extrema direita à presidência, Jair Bolsonaro (PSL-RJ). “Só tem uma opção: é Bolsonaro. Não sei se tem o melhor programa de governo, mas nessas alturas não interessa”, afirmou um dos manifestantes presentes na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde a caravana esteve na terça (20).
Ainda na UFSM, o grupo que vestia camisas da seleção brasileira e cartazes com mensagens de ódio ao ex-presidente atacou os apoiadores de Lula. Umhomem com chicote agrediu estudantes e jornalistas que acompanhavam a caravana.
O caso mais grave ocorreu em Cruz Alta (RS), na região noroeste do estado, onde quatro mulheres, moradoras locais, foram agredidas fisicamente pelos manifestantes da extrema direita. Ieda Alves e Daniele Mendes tiveram as bandeiras do PT arrancadas e precisaram ser socorridas pela brigada de segurança que acompanha a caravana. Outra apoiadora do ex-presidente, Suzana Machado Ritter, foi atacada quando se dirigia sozinha ao ato. “Eles roubaram minha bandeira e me derrubaram”, relatou.
Uma quarta moradora, Deise Miron, precisou ser hospitalizada por conta das agressões que sofreu ao voltar para casa após o ato. Ela luta contra um câncer e está fazendo um tratamento de radioterapia. As quatro mulheres registraram boletim de ocorrência na polícia local e passam bem.
Em nota, o Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (PT/RS) denunciou que os manifestantes da direita “agem como bandidos ao atentarem contra a integridade física da militância e da população que participa das atividades”. O partido ainda pede ajuda à população para que ajude a identificar os agressores.
A reportagem do portal Brasil de Fato entrou em contato com a Secretaria da Segurança Púbica do Rio Grande do Sul solicitando posicionamento quanto às denúncias e registros de agressões, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.
Créditos: Brasil de Fato
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