Após o acordo, o governo já começa seus estudos de como fazer os trabalhadores pagarem por esses subsídios, aumentando impostos e reonerando a folha de pagamentos, respeitando religiosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, não mudando um dígito na sua política de preços para gasolina e gás de cozinha. Ou seja, garante que os valores retirados do diesel não toque um centavo dos lucros dos acionistas privados da Petrobrás, entusiastas com a política de preços a serviço da privatização da empresa.
Uma prova de que o movimento de caminhoneiros possui uma barreira em relação aos interesses populares, de modo que não passou de uma demagogia o seu discurso contra o aumento da gasolina e do gás de cozinha. Pelo contrário, quando tem como reivindicação o “combate a corrupção” na estatal, se colocam a serviço desses interesses privatistas, portanto são incapazes de se opor à política de preços. A única forma de limpar a casta corrupta do estado da Petrobrás, a serviço dos lucros imperialistas, e acabar com a política de preços de Temer é com uma Petrobrás 100% estatal controlada pelos petroleiros.
Uma mobilização, portanto, anti-popular, e que fortalece a candidatura de Bolsonaro quando suplica aos militares que derrubem o governo Temer, além de os receberem calorosamente mesmo sabendo que foram designados para acabar com o movimento e reprimir qualquer tipo de greve ou paralisação.
Quem pagará a conta será o próprio trabalhador. A CUT e o PT tem grande responsabilidade de terem traído há muito tempo a insatisfação com o governo Temer e sua política ainda mais subserviente ao imperialismo do que a de seus anos no poder. Impediram que se desenvolvessem greves gerais por todo um ano e que a classe trabalhadora se apresentasse como alternativa à crise nacional com uma política e programa próprios, abrindo uma avenida à direita. O movimento de caminhoneiros é expressão disso, o que torna ainda mais escandaloso o seu chamado à "greve de advertência" em petroleiros e em apoio a esse movimento reacionário que bloqueia as estradas.
Créditos: Esquerda Diário
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