Uma das deputadas mais diretas na crítica foi a alemã Anna Cavazzini, eurodeputada pelo Partido Verde e vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para assuntos relacionados ao Brasil. “O que ocorre no Brasil é uma tragédia (…) baseada em decisões políticas equivocadas”, disse.
Ela cobrou respostas sobre a morte de indígenas e o fracasso nas políticas, além de questionar o que o governo vai fazer para lidar com a fome.
“A Covid-19 virou uma crise social, com pessoas indo para a cama com fome. O que o governo vai fazer sobre isso?”, questionou.
A deputada ainda quer saber para onde vai hoje o dinheiro destinado pela UE para o Brasil. “Se Bolsonaro nega a crise e coloca medidas que impedem a ação contra a pandemia, para onde é que o dinheiro vai?”.
O eurodeputado Miguel Urban Crespo, do partido de esquerda Podemos, foi ainda mais duro. “Bolsonaro declarou guerra aos pobres, à ciência, à vida e à medicina”, afirmou.
Segundo ele, a crise “tem causa política e tem um responsável”. “Vamos dizer claramente: a necropolítica de Bolsonaro é um crime contra a humanidade e contra o povo brasileiro”, declarou.
Para Crespo, é uma “autêntica vergonha” a UE continuar negociando um acordo comercial com o Mercosul. “Hoje o Brasil é o epicentro da pandemia. O Brasil tem 3% da população mundial, mas tem 12% das mortes e 10% dos contágios”.
Para um dos fundadores do Podemos, o país está “à ponto de um colapso” e o ritmo de vacinação é dez vezes mais baixo que sua capacidade.
No encontro, Veronique Lorenzo, representante da Comissão Europeia, chamou a situação brasileira de “dramática” e disse que passou a monitorar a crise no país. Ela acredita que a pandemia vai moldar a relação com o Brasil e indicou que, depois de pedidos por parte do Itamaraty, a UE enviará ajuda e tratamentos solicitados. Por Maria Fernanda Garcia e Jamil Chade. Foto: AFP. Fonte: UOL. Créditos: Observatório do Terceiro Setor
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