Em Caucaia, município onde foi decretada situação de emergência no último dia 3, o avanço varia de 8 a 10 metros. Em Caponga, no município de Cascavel, a leste de Fortaleza, a taxa anual de erosão chega a 13 metros. Já em Icapuí, na divisa com o Rio Grande do Norte, o avanço do mar ameaça a existência de uma comunidade inteira de pescadores.
“Em Icapuí, tem uma comunidade pesqueira que [vive] embaixo das falésias. Embaixo do morro, uma taxa de erosão de um metro significa que neste ano eu perco o guarda-corpo da pista, depois de dois anos perdi toda a pista, no quarto ano já perdi o colégio e a minha casa”, disse o pesquisador.
Maia explica que a erosão severa pode ser, em parte, explicada por intervenções humanas, como o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, e os açudes do interior do Ceará, que reduzem a vazão dos rios e a capacidade de transportar sedimentos que poderiam recompor as praias cearenses.
Além da intervenção humana, o problema no Ceará é ampliado por questões naturais, como a seca, que amplifica o poder dos ventos e, consequentemente das ondas, e até furacões do Atlântico Norte. Segundo ele, o Furacão Sandy, por exemplo, que destruiu cidades do Caribe e dos Estados Unidos, provocou grandes ondas (swells) no litoral do Ceará.
Ele acredita que as mudanças climáticas terão um efeito de longo prazo, que poderão piorar a situação das erosões. Uma mudança sentida,, segundo Maia, é o aumento da frequência das tempestades que atingem a costa cearense. “No passado, demorava de seis a oito anos para ter um temporal grande [como o Sandy, que provoca swells no Ceará]. Agora, a cada seis meses, temos um temporal”, disse. Portal EBC.
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