A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou no último dia 2 a campanha global 'Cidades Sem Máscara' para sensibilizar o setor saúde e os cidadãos de todo o mundo quanto ao enfrentamento da poluição do ar e da mudança do clima em grandes cidades no mundo.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual, o presidente do Conselho do Projeto Hospitais Saudáveis, Vital Ribeiro, que coordena a campanha em São Paulo, conta que cerca de 92% da população vivem em locais que não atendem condições mínimas de qualidade do ar, o que resulta em milhares de mortes.
"Há um importante estudo Instituto Saúde e Sustentabilidade, da Universidade de São Paulo (USP), que apontam 17 mil mortes a mais, entre 2006 e 2011, por causa da qualidade do ar. Além de 68 mil internações pelo mesmo motivo. Isso custa muito caro para o SUS, são cerca de R$ 140 milhões. No entanto, a gente tem a sensação que a poluição deixou de ser uma queixa da população", afirma.
Vital alerta que no inverno as condições climáticas favorecem a concentração dos gases poluentes e critica a legislação brasileira. "Ela é antiga e nunca foi revista. Desde 1990 não temos uma atualização desses padrões. Seria importante adotar novos padrões para ter uma situação real do ar no Brasil."
A principal fonte de poluição do ar externo é a queima de combustíveis fósseis. A cidade de São Paulo possui a Lei de Mudança do Clima, vigente desde 2014, que prevê a mudança do combustível das frotas de ônibus por um combustível limpo e renovável. Entretanto, Vital não acredita na execução da meta. "O prazo é para 2018, ou seja, é impossível que seja cumprido, já que nada foi alterado nos últimos anos", afirma.
Créditos: RBA
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