sábado, 29 de maio de 2021
Protestos contra governo Bolsonaro reúne multidões
Brasil tem mais de 14 milhões de famílias na pobreza extrema
Antes da pandemia, em fevereiro de 2020, já havia 13,4 milhões de famílias nesta situação. É considerada situação de extrema pobreza quando a renda per capita é de até R$ 89,00 mensais, de acordo com o Governo Federal.
Há ainda 2,8 milhões de famílias vivendo em situação de pobreza, com renda entre R$ 90 e 178 per capita mensais. O acesso à alimentação é um direito garantido pela Constituição brasileira que não está sendo garantido.
Atualmente, 58 milhões de brasileiros correm risco de deixar de comer por não terem dinheiro. Isso significa que 27,7% da população vive uma situação de insegurança alimentar grave ou moderada, de acordo com um estudo feito pelo grupo Food For Justice.
Apesar da atual realidade, o Brasil já foi referência no combate à fome no mundo. Até 2011, o país liderou por três anos seguidos o ranking da ONG ActionAid que mede o progresso de países em desenvolvimento na luta contra a pobreza.
Um deles foi no início do século XX durante o Governo Vargas, quando foram criadas diversas leis trabalhistas, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Apesar de terem foco nos trabalhadores urbanos, tais medidas perduraram durante anos no país e garantiram diversos direitos sociais.
Outro período importante foi de 2003 a 2016, durante os governos Lula e Dilma, quando foram criados programas como o Fome Zero, Bolsa Família e a valorização do salário mínimo.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil saiu do Mapa Mundial da Fome oficialmente em 2014. Entre 2002 e 2013, caiu em 82% o número de brasileiros considerados em situação de subalimentação.
O Indicador de Prevalência de Subalimentação é um estudo que fornece a estimativa do número de pessoas sem acesso estável a alimentos nutritivos e suficientes durante todo o ano. Isso significa que a FAO analisa a situação das pessoas que possuem insegurança alimentar severa, as pessoas que passam fome e que possuem insegurança alimentar moderada.
O salário mínimo no Brasil é de R$ 1.100. Enquanto isso, segundo um estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o custo médio de uma cesta básica no país é de R$ 600. Ficam, assim, apenas R$ 500 para despesas como aluguel, água, luz, internet e vestuário. Com o início da pandemia de Covid-19, a situação ficou ainda mais difícil para os brasileiros. Com informações das Agencias G1 e UOL. Por: Isabela Alves. Créditos: Observatório do Terceiro Setor
quinta-feira, 27 de maio de 2021
Governadores pedem autorização para uso excepcional da Sputnik V
Segundo o ofício, o momento é de agir para impedir mais mortes. “No momento em que a média diária de mortes por Covid-19 se mantém em mais de 2 mil nos últimos 60 dias, no qual internações voltam a crescer e a assustar, o surgimento de novas variantes do vírus causador da doença exacerba as responsabilidades das autoridades públicas”, diz o documento assinado pelo governador Wellington Dias, presidente do consórcio e coordenador da temática das vacinas no Fórum dos governadores.
Na nota, os governadores propõem um compartilhamento das responsabilidades entre os estados que fizerem uso da vacina Sputnik V. Para isso, seria feita a assinatura de um Termo de Compromisso com as devidas atribuições e responsabilidades dos gestores que distribuirão o imunizante. O Termo de Compromisso estabelece, por exemplo, a realização de testes para controle de segurança de todos os lotes da vacina.
O documento prevê a realização de um estudo de efetividade, a partir da aplicação dos primeiros lotes, com regras definidas pela Anvisa e executadas com o apoio das universidades dos estados que receberão o imunizante.
Também seriam monitorados possíveis efeitos adversos, sob responsabilidade das autoridades estaduais de vigilância sanitária, de comum acordo com a Anvisa. Créditos: Agência PT
quarta-feira, 26 de maio de 2021
OMS alerta para nova pandemia 'mais mortal' do que a Covid-19
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou durante reunião anual da agência das Nações Unidas, que um vírus mais transmissível e fatal do que a Covid-19 vai chegar e trazer uma nova pandemia mundial. Na ocasião, foram reunidos ministros da Saúde de 194 Estados-membros, na segunda-feira (24), onde Tedros garantiu “certeza evolutiva” para a previsão.
“Não se enganem, esta não vai ser a última vez que o mundo enfrenta a ameaça de uma pandemia. Há uma certeza evolutiva de que vai aparecer outro vírus com potencial de ser mais transmissível e fatal do que o SARS-CoV-2”, diz o diretor-geral da OMS.
Tedros emitiu também uma nota indicando que a quantidade de casos e óbitos em decorrência do coronavírus contabilizados tem diminuído há três semanas seguidas. Contudo, ele garante que o mundo continua em uma situação frágil, e ressaltou que as nações que acreditam estar fora de perigo estão enganadas, “não importando sua taxa de vacinação”.
Um alerta para aos governos doem doses de imunizantes contra a Covid-19 à COVAX (iniciativa apoiada pela OMS e GAVI Alliance), também foi pautado durante a reunião. De acordo com dados da OMS, cerca de 75% de todas as doses de vacinas foram administradas em apenas 10 países, e para Tedro, esta desigualdade está perpetuando a pandemia.
Mesmo com as novas variantes do vírus que surgiram pelo mundo, como a cepa, a eficácia para o diretor-geral da OMS continua. Ele chega a revelar que as variantes estão mudando constantemente, e que as futuras cepas podem tornar as ferramentas atuais ineficazes, fazendo com que o mundo retorne para a estaca zero. Créditos: O São Gonçalo
sábado, 22 de maio de 2021
Metade dos internados em UTI por covid-19 tem menos de 60 anos
Conforme o boletim, outro dado preocupante é que, pela primeira vez no Brasil, a mediana da idade de internações em unidades de terapia intensiva (UTIs) de todo o país ficou abaixo de 60 anos.
O ano de 2021 vem, a cada semana, apresentando rejuvenescimento da pandemia, alertam os pesquisadores. “Diferentemente das últimas semanas, mais da metade dos casos de internação hospitalar e internação em UTI ocorreram entre pessoas não idosas. Em relação aos óbitos, embora a mediana ainda seja superior a 60 anos, ao longo deste ano, houve queda num patamar de 10 anos. Os valores de mediana de idade dos óbitos foram, respectivamente, 73 e 63 anos”, diz o boletim.
A análise comparou a Semana Epidemiológica 1 (3 a 9 de janeiro) e a 18 (2 a 8 de maio) de 2021 e verificou que a mediana da idade das internações hospitalares (idade que delimita a concentração de 50% dos casos) foi de 66 anos na SE 1 para 55 anos na SE 18. Já a mediana de idade de internações em UTI foi de 68 anos na SE 1 para 58 anos na SE 18.
A comparação da incidência das semanas epidemiológicas 8 e 9 e 18 e 19 mostra que poucos estados estão em patamar significativamente menor, como: Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Amapá, sendo que Mato Grosso, Paraná e as capitais dos estados da região Sul apresentam sinais de aumento.
Segundo os pesquisadores da Fiocruz, os demais estados estão em níveis próximos ao observado em meados de março, ou mesmo acima, como é o caso de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Pernambuco, do Rio de Janeiro e Espírito Santo. “O aumento ou estabilidade em níveis muito altos e com taxas altas de ocupação são cenários altamente indesejados”, destacaram. Créditos: Agencia Brasil
sexta-feira, 21 de maio de 2021
Sputnik fabricada no Brasil será exportada para países vizinhos
quarta-feira, 19 de maio de 2021
Novo tratamento contra a Covid-19 reduz carga viral em 99,9%
segunda-feira, 17 de maio de 2021
Universidade do Ceará desenvolve nova vacina contra a Covid-19 e pede para testar em humanos
Pesquisadores da UECE e o governador do Ceará |
O imunizante, que apresentou eficácia superior a 90% em testes realizados em camundongos, foi batizado como 2H120 Defense e tem valor estimado de R$ 0,04 por dose, o que representaria a vacina mais barata a ser usada no Brasil.
Caso a autorização seja dada, a universidade conduzirá o estudo clínico em três fases, sendo que na primeira recrutaria 100 pessoas adultas, com idade entre 18 e 60 anos, que não apresentem comorbidades. Para a segunda, a escolha seria por pessoas acima de 60 anos com comorbidades. Para a última fase, não há um número específico de pessoas.
A 2H120 Defense utiliza um modelo de coronavírus aviário e que, enfraquecido, não causa contaminação em humanos. A imunização completa também seria em duas doses.
Por meio das redes sociais, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que trava uma disputa para a Anvisa liberar o uso emergencial da Sputnik V, apoiou a vacina da universidade estadual. Foto: UECE. Créditos: IGSaúde
Estudo mostra redução de 90% em mortes pela Covid-19 após a 1ª dose da vacina
O primeiro estudo deste tipo feito por um país da União Europeia sobre o impacto real de sua campanha de vacinação foi realizado pelo Instituto Nacional de Saúde (ISS, na sigla em italiano) e Ministério da Saúde da Itália em 13,7 milhões de vacinados em todo o país.
Cientistas estudaram os dados desde o dia em que se iniciou a campanha de imunização na Itália, em 27 de dezembro de 2020, até 3 de maio de 2021. A análise mostrou que o risco de infecção, hospitalização e morte pela SARS-CoV-2 diminuiu progressivamente após as duas primeiras semanas desde o início da vacinação no país.
Entre os quase 15 milhões de pessoas estudadas, 95% tomaram duas doses das vacinas da Pfizer e Moderna, enquanto ninguém dos que receberam o imunizante da AstraZeneca tomou segunda injeção.
Até agora, a Itália segue as recomendações dos fabricantes, dando a segunda dose da Pfizer três semanas após a primeira injeção, a segunda da Moderna após um intervalo de quatro semanas e uma segunda dose da AstraZeneca após 12 semanas. Até sábado (15), cerca de 8,3 milhões de italianos, ou 14% da população, foram completamente vacinados, enquanto cerca de 10 milhões de pessoas receberam a primeira dose de imunizante. Fonte : Reuters. Créditos: Sputnik
sábado, 15 de maio de 2021
Falta a segunda dose da vacina em mais de mil municípios brasileiros
quinta-feira, 13 de maio de 2021
Negacionismo e omissão do governo tornaram covid-19 mais letal no Brasil
O negacionismo e as medidas inadequadas, durante o combate à pandemia de covid-19 por parte do Brasil, resultaram em consequências mortais, de acordo com relatório do Painel Independente criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na avaliação internacional, o Brasil governado por Bolsonaro é citado entre os países que criaram mortes e um número elevado de contaminados, por não seguir as recomendações científicas.
A avaliação é conduzida por respeitadas lideranças globais para examinar a resposta do mundo à pandemia do coronavírus, além de sugerir uma reforma ampla da estrutura internacional com o objetivo de que uma nova crise sanitária assole o mundo.
Sem citar o Brasil, a presidente do processo, Helen Clark, disse que líderes nacionais “desvalorizaram e rejeitaram a ciência, negaram severidade, demoraram para responder e venderam desconfiança a seus cidadãos”. “As consequências foram mortais”, disse a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia.
O documento também indica entre os 28 países avaliados, incluindo o Brasil, os que já viveram surtos recentes e estavam mais dispostos a agir. Porém, alguns governantes se recusaram a tomar medidas. “Os países com resultados mais pobres tinham abordagens descoordenadas que desvalorizavam a ciência, negavam o impacto potencial da pandemia, atrasavam a ação abrangente e permitiam que a desconfiança minasse os esforços”, acusou.
“A negação de evidências científicas foi agravada pela falha da liderança em assumir a responsabilidade ou desenvolver estratégias coerentes destinadas a impedir a transmissão comunitária. Os líderes que pareciam céticos ou desdenhosos das evidências científicas emergentes corroíam a confiança pública, a cooperação e o cumprimento das intervenções de saúde pública”, completou. Com informações do jornalista Jamil Chade, do UOL. Foto: Bruno Kelly/ Reuters. Créditos: Rede Brasil Atual
terça-feira, 11 de maio de 2021
UFRJ fecha unidades por falta de pagamento
Esta situação já havia acontecido em fevereiro, quando a UFRJ adiou por duas semanas seguidas o início do seu calendário letivo. De lá para cá, os trabalhadores terceirizados da limpeza vem sofrendo com atrasos, pagamentos parciais, descontos por dias parados. Os porteiros de vários prédios, que também são terceirizados, foram mandados embora sem renovação do contrato, e por isso os seguranças patrimoniais estão fazendo dupla ou até tripla função, de recepção até abrir as salas para ter aula. Em vários prédios, os ascensoristas também foram mandados embora.
Em um comunicado oficial, o reitor Carlos Levi afirma que estava ciente da “possibilidade de paralisação” dos serviços de limpeza e segurança, e por isso esteve em contato desde a sexta-feira com o MEC, e que a liberação da verba teria ocorrido na segunda-feira de manhã. Mas a realidade dos centros e unidades na UFRJ demonstra como está sendo tratada a educação no Brasil, os corredores estão entupidos de lixo e os banheiros estão imundos.
A paralisação dos serviços já está acontecendo, acontece parcialmente desde fevereiro, só que o descaso e o atraso dos pagamentos dos salários chegou em um nível insustentável para estes trabalhadores. Foto: SECOM. Créditos: Esquerda Diário
sábado, 8 de maio de 2021
Na semana em que São Paulo atingiu 100 mil mortes por covid-19 governo flexibiliza atividades
quinta-feira, 6 de maio de 2021
Endividamento da população bate recorde
quarta-feira, 5 de maio de 2021
Mortes de profissionais de enfermagem despencam após vacinação
Após a vacinação dos profissionais de enfermagem no país, as mortes entre eles despencaram. O Brasil chegou a ser um dos países em que mais morriam profissionais de enfermagem no mundo por Covid-19.
sábado, 1 de maio de 2021
1º de Maio: Terceirização, e desmonte das leis
Nos primeiros quatro meses do ano, a tendência se manteve, com a diminuição de 3% das horas trabalhadas em todo o planeta, equivalente a 90 milhões de empregos.
No Brasil a situação não é diferente, o país entra em 2021 com uma taxa de desemprego de 14,2%, quase 14 milhões de desocupados, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para aqueles que ainda possuem alguma renda, a informalidade foi a saída.
Cerca de 34 milhões de trabalhadores, quase 40% da população economicamente ativa do Brasil, está no setor informal. São as pessoas que fazem bico, diaristas, ambulantes, pessoas que trabalham como freelancer, entre outras.
“A gente chega nesse 1º de maio, a nível mundial, com uma situação de bastante debilidade da classe trabalhadora do ponto de vista estrutural. Algo que vem de um processo mais amplo de erosão do trabalho assalariado”, analisa o sociólogo e professor da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Festi.
Na última terça-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro editou uma nova Medida Provisória autorizando a suspensão dos contratos de trabalho por até quatro meses, o adiamento do pagamento do fundo de garantia (FGTS) e a diminuição dos salários em até 70%. Em 2020, com uma MP similar, 1,5 milhão tiveram os salários reduzidos e 9,8 milhões os contratos suspensos.
A socióloga Tábata Berg identifica que a precarização se expressou um tripé: terceirização, uberização e desmonte das leis trabalhistas.
“A gente tem um desmonte progressivo da CLT, com propostas de reformas trabalhistas cada vez mais duras. Essa é a realidade para os trabalhadores em todo o mundo, mas é ainda mais perverso nesse contexto, com um contingente significativo de trabalhadores que nunca experimentaram direitos sociais e direitos trabalhistas”, aponta a também pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Se o panorama geral é negativo, ao fazer um recorte de gênero e raça é possível perceber que o cenário pode ser ainda pior. As mulheres negras são 60% da população desempregada, segundo o IBGE. Também são as que passam mais tempo buscando emprego, 24% de 3 a 6 meses, e 18% passaram até um ano.
Além disso, são as piores remuneradas, uma mulher negra ganha em médio R$10,95 por hora, enquanto as mulheres brancas ganham cerca de R$18,15 por hora trabalhada, já os homens brancos tiveram uma média de R$20,79 de remuneração, segundo levantamento de 2020 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese).
Entre a juventude, quase um terço dos jovens brasileiros estão desempregados e 78% possui baixos salários ou contrários temporários.
A falta de renda gera uma reação em cadeia, com o aumento da fome da pobreza. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), 118 milhões de mulheres latino-americanas passaram a viver em situação de pobreza em 2020 – maior índice dos últimos 20 anos.
O Brasil voltou a fazer parte do mapa de fome da ONU, quase 60% dos lares brasileiros realizam menos de três refeições ao dia, com 125,6 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Por Michele de Mello. Edição: Marina Duarte de Souza. Créditos: Brasil de Fato