Esperança para a contenção da atual epidemia de ebola, a droga experimental ZMapp se mostrou “100% efetiva” nos testes realizados com macacos, mesmo em estágios avançados da doença. Os resultados foram publicados nesta sexta-feira na revista “Nature” e foram considerados como “um passo muito importante” em direção a um tratamento.
Entretanto, na aplicação em humanos, dois em sete pacientes que foram tratados com o remédio não resistiram. Além disso, afirmam os pesquisadores, o baixo estoque não é suficiente para ajudar as 20 mil pessoas que podem ser atingidas pela doença.
O ZMapp tem sido chamado como o “remédio secreto”, apesar de estar em estágios experimentais de desenvolvimento. Pesquisadores estão investigando combinações diferentes de anticorpos para combater o ebola e o ZMapp é a mais recente terapia nesse sentido, com três anticorpos.
Os testes foram feitos em 18 macacos infectados e todos sobreviveram. Os animais utilizados tinham até cinco dias de infecção, o que é considerado estágio avançado, pois a doença se torna falta após o oitavo dia. Segundo os cientistas, os tratamentos anteriores precisavam começar antes de os sintomas se manifestarem.
Um dos participantes do estudo, o médico Gary Kobinger, da Agência de Saúde Pública do Canadá, considerou o estágio atual como um grande avanço em relação aos tratamentos anteriores.
- O nível de melhora foi além das minhas expectativas. Fiquei surpreso que a combinação tenha salvado animais com até cinco dias, é uma notícia fantástica – disse, à BBC.
Ainda não é possível afirmar que a droga tenha a mesma eficácia no tratamento de humanos. O ZMapp ajudou no tratamento de dois médicos americanos, além de William Pooley, o primeiro britânico a se contaminar durante a atual epidemia. Mas um médico liberiano e um padre espanhol, que também receberam o tratamento, não resistiram.
A infecção avança mais lentamente em humanos que nos macacos. Segundo Kobinger, não é possível estimar até que dia após a manifestação a doença pode ser tratada.
- Nós sabemos que existe um ponto sem retorno, quando os danos causados aos órgãos principais são muito grandes. Existe um limite – disse.
O grupo pretende avançar com os testes clínicos para confirmar a efetividade da droga. Entretanto, para o professor Jonathan Ball, virologista da Universidade de Nottingham, o ZMapp ainda tem seus mistérios. Sobre o tratamento com humanos, o médico é reticente.
- É evidente que existe a ressalva de que todas as evidências em humanos é anedótica e nenhuma prova irrefutável foi lançado sobre o que acontece com o vírus nesses pacientes.(Fonte: ORMNews) Foto AGÊNCIA DE SAÚDE PÚBLICA DO CANADÁ
Créditos: Folha do Progresso .