Apesar do desgaste e do massacre midiático, o PT continua sendo o partido com maior número de simpatizantes, segundo pesquisa realizada pelo cientista político David Samuels, professor da Universidade do Minnesota (EUA), em parceria com o colega Cesar Zucco Jr., da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.
Dados de 2014 mostram que 15,95% dos brasileiros declaram simpatia pelo PT, enquanto pelo PSDB este índice é de apenas 4,29% e pelo PMDB é de 3,7%. No entanto, está crescendo no país o número de eleitores que não toleram o PT e, ao mesmo tempo, não manifestam preferência por nenhum outro partido político. Os “antipetistas puros” saltaram de 7,49% do eleitorado em 1997 para 11,44% em 2014 e já representam um grupo proporcionalmente maior que a soma de pessoas que declaram preferência por PSDB e PMDB.
Cerca de 14% do eleitorado declarava simpatia pelo PT em 1997. Esse número pulou para 23,28% em 2006 e recuou para 15,95% em 2014. PMDB e PSDB também perderam fatias de seus partidários nos últimos anos.
Os dados de 2014 foram coletados pela Brazilian Electoral Panel Survey, do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Foram entrevistadas para essas pesquisas 2.469 pessoas em 1997, 2.379 em 2006 e 3.120 em 2014. David Samuels acredita que os antipetistas puros são “desiludidos com a democracia, verdadeiros herdeiros do regime militar”. Em 2014, a maioria deles defendia os militares no poder e não via tanta utilidade no voto. De um modo geral, eles se declaram brancos, têm renda mais elevada que os demais simpatizantes de partidos políticos e média de 40 anos de idade.
Mas eles não podem ser classificados como conservadores convencionais, alerta o professor. Em 2014, os antipetistas puros declararam-se pró-aborto e pelos direitos de homossexuais em número proporcionalmente maior até do que entre os que dizem gostar do PT.
Ao mesmo tempo em que são contra as políticas sociais que ganharam força ou foram elaboradas com o PT à frente do Executivo federal, como o Bolsa Família e cotas para negros em universidades públicas, eles se dizem a favor de que o governo atue para reduzir os índices de desigualdade social. Toleram mais impostos para saúde e educação e, em proporção similar aos outros grupos que declaram simpatia a partidos políticos, também acham que ricos deveriam pagar mais tributos.
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