O governo Jair Bolsonaro (PSL) tomou decisão desastrosa em relação à saúde. Após uma campanha difamatória contra os médicos cubanos e uma tentativa frustrada de recontratá-los, o desgoverno federal decidiu que vai encerrar o programa Mais Médicos. Com isso, cerca de 4 mil municípios perderão profissionais que fazem o atendimento pelo Sistema Único de Saúde.
A secretária de gestão no trabalho e educação em saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, responsável pelo programa, confirmou o fim do Mais Médicos em entrevista ao El País. De acordo com ela, o ciclo de vagas abertas, que se encerra nesta semana, será o último. Ainda segundo a secretária, não serão lançados novos editais e os médicos que atuam pelo programa ficarão nos postos de trabalhos somente até o fim dos contratos.
Após a saída de Cuba do Mais Médicos, cerca de 8,5 mil profissionais deixaram os postos de trabalho o que, segundo especialistas, levou 24 milhões de brasileiros a ficarem sem médico. O desgoverno abriu novos editais para suprir as ausências, mas até esta quarta-feira (6) 1.462 vagas ainda permanecem sem profissionais. Com o fim do programa, o número de brasileiros sem atendimento aumentará mais ainda.
Fim do programa atinge os que mais precisam
Ao longo de cincos anos de Mais Médicos, somente de Cuba, passaram pelo Brasil 20 mil profissionais. O programa, conforme lembra a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, esteve presente em mais de 4 mil cidades do Brasil, sendo que 700 desses municípios tiveram médico pela primeira vez. Além disso, em ao menos mil dessas cidades 1/4 da população vive abaixo da linha da pobreza.
As consequências das decisões de Bolsonaro são tão graves que 49% da população brasileira já acreditava no dia 3 de janeiro que a saúde iria piorar sem os médicos cubanos. O fim do Mais Médicos confirma o cenário de desesperança dos brasileiros. Os nove estados do Nordeste são os que mais sofreram com a saída dos profissionais de Cuba, uma vez que, concentravam 2.817 vagas do programa. A maior parte dos médicos atuava em comunidades indígenas, periferias e regiões vulneráveis como o semiárido.
No Norte do país, a falta de profissionais também atinge as comunidades indígenas. O líder do PT no Senado, Humberto Costa, destacou a preocupação de índios com a falta de atendimento médico. De acordo com o senador, “as políticas da nova gestão estão se sobrepondo às de Estado, garantidas pela Constituição. A expulsão dos cubanos do Mais Médicos promovida por Bolsonaro, por exemplo, deixou o Norte sem profissionais para atendê-los”.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do El País
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