As pastorais sociais, ligadas à Igreja Católica, afirmam estar convencidas "que a realidade no Brasil está caminhando, a passos acelerados, para a eliminação de direitos e o agravamento das condições de vida de seus cidadãos". Em nota, as entidades citam "as diversas reformas de cunho neoliberal" em andamento e "negociatas que entregam os bens naturais", em processo de submissão dos interesses brasileiros a outros países.
"É verdade que o ataque aos direitos trabalhistas e previdenciários já vêm ocorrendo, na forma de 'minirreformas', há algum tempo, mas o que assistimos agora é uma tentativa de 'golpe final" aos direitos dos mais explorados em nosso país", afirmam as pastorais, em nota divulgada na terça-feira (16). Assim como aconteceu com a "reforma" trabalhista, que enfraqueceu sindicatos, eliminou direitos e fragilizou os trabalhadores, sem entregar os empregos prometidos, a da Previdência também traz "discursos falaciosos".
"Para nós é evidente que o objetivo, mais uma vez, é prejudicar os trabalhadores e as trabalhadoras da cidade e do campo. Além de favorecer fortemente os interesses de grupos financistas com o incentivo à previdência privada, o golpe contra os direitos dos assegurados especiais do campo, sendo as mulheres as mais prejudicadas, provocaria um enorme empobrecimento e esvaziamento do mundo rural, com o aumento da migração forçada", dizem as entidades. "Isto é tudo o que os ruralistas e as grandes corporações internacionais do agronegócio almejam, a fim de estender ainda mais seu domínio e hegemonia no setor, aumentando assim seus já estratosféricos lucros e afetando radicalmente a soberania territorial e alimentar de nosso país."
As pastorais criticam ainda a ameaça aos territórios indígenas e comunidades tradicionais, o uso intensivo de agrotóxicos e o "projeto armamentista" do governo Bolsonaro. E lembram que, em 2018, quase 1 milhão de pessoas foram envolvidas em conflitos no campo. "Nossa constatação sobre os primeiros cem dias do novo governo acena que os próximos anos podem ser muito piores e que o caminho traçado é de uma crueldade sem precedente contra os povos do campo, seus territórios e os bens naturais." Confira a íntegra da nota aqui.
Créditos: Rede Brasil Atual
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