Segundo dados do relatório sobre “Insegurança alimentar e covid-19 no Brasil”, publicados pela Rede Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional), na população negra do país (que representa mais da metade da população total), o índice de insegurança alimentar em algum nível é de 59,2%. Entre os brancos, ainda que menos numerosos que os negros, a parcela de insegurança alimentar chega a 51%.
Os dados relatam que 43 milhões de brasileiros não possuem acesso alimentar em quantidade suficiente e 19 milhões estão em situação de fome
A pesquisa mostra relativa piora quando se observam os dados referente ao gênero e a escolaridade, somados à cor. De acordo com os levantamentos, as mulheres negras são um grupo de alta vulnerabilidade, representando cerca de 27% da população total e sendo maioria no trabalho informal, principalmente no trabalho doméstico. Um grupo mais atingido pelo racismo no mercado de trabalho e pela falta de direitos trabalhistas e precarização do trabalho, sendo a parcela da população com os menores salários.
A população negra amarga os mais altos índices de desemprego do país, sendo de 16,2%, enquanto entre os brancos era de 11,7%, no segundo trimestre de 2021, segundo dados do Pnad.
Mais do que nunca, são os negros e trabalhadores, em especial as mulheres, que sofrem com a miséria profunda da crise atual, sendo cerca de um quarto da população do país que não possuem sequer condições de alimentação e sobrevivência.
O mesmo racismo que condena milhares de negros à morte violenta nas periferias e que nega direitos básicos ao povo, é o racismo que, no maior acentuamento da miséria, ataca e retira ainda mais direitos dos trabalhadores, com retiradas de auxílios históricos, como o Bolsa Família, que prestava assistência as famílias mais vulneráveis. Créditos: Esquerda Diário
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