Há também restrições à emissão de vistos pelo regime de Damasco, além da propaganda feita pelas duas partes em conflito, que torna ainda mais difícil o trabalho dos jornalistas. “A maioria dos jornalistas diz que é muito arriscado ir para a Síria neste momento, mesmo que muitos profissionais tenham vontade disso”, disse Soazig Dollet, da Repórteres sem Fronteiras.
Segundo a organização, pelo menos 25 profissionais estrangeiros e sírios e 70 civis que se encarregavam de recolher informações para jornalistas foram mortos desde o início da guerra civil, em março de 2011.
Há ainda grande risco de sequestro e pelo menos 16 jornalistas estrangeiros foram dados como desaparecidos, podendo haver mais, cujas famílias optam por não revelar, de acordo com a entidade.
Entre os desaparecidos está James Foley, um jornalista freelancer norte-americano que fez reportagens para a agência francesa France Presse e que foi capturado no Noroeste da Síria, a 22 de novembro de 2012.
Para contornar as restrições do regime na emissão de vistos e de autorização para circular no país, vários jornalistas entram na Síria em locais sem controle nas fronteiras com a Jordânia, Iraque, Líbano ou Turquia.
De acordo com o Comitê para a Proteção de Jornalistas, a maioria das mortes e dos raptos de jornalistas ocorreu nas zonas controladas pelos rebeldes, um fenômeno que tem aumentado.
“As razões por detrás desses raptos não são apenas políticas, mas também financeiras, e há grupos que têm como alvo especificamente os jornalistas, acusando-os de serem espiões”, afirmou Shérif Mansur, do comitê.
De acordo com ele, o fato de cada vez menos jornalistas arriscarem entrar na Síria “é um presente para aqueles que violam os direitos humanos”.
O conflito na Síria já provocou mais de 110 mil mortos desde março de 2011, de acordo com as Nações Unidas.
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