O agricultor familiar Alcino Alves Pedrosa, da Comunidade Trapiá, no município de Nazarezinho, Sertão paraibano, a 460 km de João Pessoa, tornou-se um modelo na produção de hortaliças e vem conquistando lucros significativos, o que permitiu uma melhor condição de vida para a família dele, mesmo atuando em uma região bastante castigada pela seca. Trabalhando numa área de 12 hectares e seguindo as orientações técnicas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater), tem obtido bons resultados, chegando a faturar até R$ 16,6 mil em apenas uma de suas culturas em 2015.
As plantações são visitadas por técnicos e agricultores de municípios vizinhos, que desejam conhecer o trabalho realizado. No início, mesmo com pouca experiência nesta atividade, ele realizava o plantio de hortaliças como coentro, cebolinha e alface. O agricultor demonstrou interesse em colocar em prática as técnicas corretas de manejo e cultivo apresentados pelos extensionistas da Emater e logo começaram a surgir os resultados positivos.
O coordenador regional da Emater em Sousa, Francisco de Assis Bernardino, informou que à época o produtor rural, orientado, decidiu fazer investimentos na propriedade. O extensionista Aldo Abrantes elaborou um projeto de financiamento para a recuperação de um açude no ano de 2010, através do Pronaf, junto ao Banco do Nordeste, que foi o ponto de partida para garantir água que seria utilizada de forma racional na irrigação do plantio.
Com a reserva hídrica garantida e seguindo as técnicas de manejo apresentadas, Alcino iniciou na época o cultivo de hortaliças. “Este imóvel é modelo em toda a região de Sousa, recebe constantes visitas de agricultores e técnicos de outros municípios que querem conhecer os frutos do nosso esforço”, comentou o agricultor.
Alcino Pedrosa integra a Associação Comunitária Isaú Pedrosa de Lima, constituída de 72 agricultores familiares, e grande parte dos associados cultiva os mesmos produtos. “Apesar do esforço dos demais, Alcino é o que mais se destaca, sobretudo porque trabalha com a integração de todos da família”, comentou Assis Bernardino.
No ano de 2015, apesar da prolongada estiagem e a escassez de água, o agricultor realizou em épocas diferentes o plantio de várias culturas. Durante o ano foram dois plantios de melancias, sendo o primeiro em junho e outro em outubro, em área de 0,5 e 0,3 hectares; ele utilizou irrigação por gotejamento e obteve uma produtividade de 23,7 e 14,8 toneladas, respectivamente em cada plantio, comercializando no sítio ao preço médio de R$ 0,70 o quilo, o que gerou o lucro de R$ 16,6 mil citado anteriormente, com a comercialização da colheita de junho.
Também plantou melão em épocas diferentes, em agosto e outubro, com uma produção de 8,7 e 9,8 toneladas em cada colheita, vendida a R$ 1,10/kg e 1,20/kg, respectivamente. Outra cultura foi o feijão, que plantou em uma área de 0,4 hectares em janeiro, obtendo uma colheita de 6 toneladas, comercializadas a R$ 2 o quilo. Numa área de 0,6 hectares, em janeiro do ano passado, ele plantou abóbora cabocla, obtendo uma colheita de 7,2 toneladas, que foi vendida ao preço médio de R$ 1,20 o quilo.
No mês de junho, o agricultor plantou 0,4 hectares de tomate, obtendo uma produção de 22,5 toneladas. Também neste período cultivou 0,6 hectares de batata doce, obtendo uma produtividade de 6,6 toneladas. Com relação ao milho verde, ele cultivou em janeiro apenas 0,2 hectares, obtendo uma produção de 2 toneladas.
Ele entrega a produção em todos os supermercados da região e o excedente da produção vende na feira livre de Sousa, também no Sertão, a 438 km da Capital, com tudo sendo transportado em veículo próprio. As quatro filhas do agricultor estudam e, nas horas de folga, ainda ajudam nas atividades de colheita da produção. “Sem que haja prejuízo para seus estudos”, completou Alcino.
Créditos: Portal Correio
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