O levantamento de Melo, hoje Professor da Universidade Federal de Campina Grande (PB), considerou relatórios de auditorias da Controladoria Geral da União (CGU) referentes a verbas do governo federal gerenciadas por 556 prefeituras. Ao comparar os casos de corrupção envolvendo diretamente a Educação com os indicadores educacionais, Melo constatou que, quanto maiores os desvios, mais baixos eram os salários dos Professores e as notas das Escolas do município no Índice de Desenvolvimento da Educação básica (Ideb) e maiores as taxas de reprovação e de abandono da Escola.
De acordo com o estudo, em 60,25% dos municípios analisados, os casos de corrupção estavam diretamente ligados ao dinheiro da Educação. Entre as irregularidades apontadas pela CGU estão fraude em licitação; superfaturamento de obras e serviços; contratação de serviços pagos e não prestados; cadastros fictícios de Professores, Escolas públicas e estudantes; e desvio de dinheiro que deveria bancar a merenda e o transporte Escolar. “Dados como esse ajudam o eleitor a perceber que, se ele colocar alguém não confiável no poder, vai presenciar resultados catastróficos para a Educação de seus filhos”, destaca o Professor.
A pesquisa foi feita em 2010, mas os resultados são atuais. Em Montes Claros (MG), por exemplo, onde a Polícia Federal e o Ministério Público deflagragam uma operação que desmontou um esquema de fraudes em licitações para fornecimento de merenda Escolar, em junho, o Ideb caiu de 5,2 pontos em 2009 para 5,1 em 2011. O mesmo ocorreu em Jacaré dos Homens (AL), alvo de operação da PF sobre o mesmo crime, que culminou na prisão de 16 pessoas em 2011. O índice da cidade alagoana caiu de 3,8 pontos para 2,9 na última sondagem.
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