segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Gaza no limiar de uma trégua ou de uma grande guerra


faixa de gazaA faixa de Gaza parece estar no limiar da trégua ou de grande guerra. As próximas horas decidirão para que lado irá o pêndulo. Comunicados contraditórios e que, às vezes, se excluem mutuamente, chegam de Gaza, Cairo e Jerusalém.

Alcançar a trégua e o fim da violência em Gaza é possível já hoje até a noite, ou até a manhã de segunda–feira, 19 de novembro – declarou a agências noticiosas um representante palestino não identificado. Segundo ele “conversações sérias”, com a mediação do Egito, continuam sem intervalo. Oficialmente Israel, a direção palestina, os líderes do movimento Hamas em Gaza por enquanto não confirmaram nem desmentiram esta declaração. Literalmente uma hora depois da declaração palestina o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que Israel está pronto para ampliação de suas operações contra Gaza. Segundo ele, os soldados de Israel a qualquer momento estão prontos para iniciar a operação terrestre.
O pronunciamento do representante palestino corresponde plenamente às palavras do presidente egípcio, Mohamed Mursi. Ele se encontrou ontem no Cairo com o primeiro-ministro da Turquia Tayyip Erdogan. Em conferência de imprensa conjunta Mursi disse que apesar de não ter 100% de garantias, surgiu esperança de cessar-fogo.
"Nós estamos em contato com as partes palestina e israelense. E envidamos esforços intensivos para a normalização. Existem sinais que indicam que, em breve, poderá ser alcançado o acordo de cessar-fogo."
O Egito já desempenhou o papel de mediador em conversações israelo-palestinas e com a sua participação foi concluído armistício. Segundo dados das agências, representantes dos serviços secretos israelense e egípcio encontraram-se no sábado à noite no Sinai.
Enquanto isso –segundo informam as agências de notícias – o Hamas está disposto a concordam com a trégua somente com a concessão de garantias internacionais. Somente promessas de Israel já são insuficientes para o movimento, cujo líder encabeça o governo em Gaza.
Provavelmente para alcançar acordos sobre estas garantias, chegou hoje ao Oriente Médio com urgência o ministro do exterior da França Laurent Fabius. Durante a visita de um dia ele manterá conversações com seu colega israelense Avigdor Lieberman. Fabius também deverá encontrar-se com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Depois destes encontros ele visitará Ramallah, onde se encontra a administração nacional palestina.
Israel deve mudar sua política em relação aos territórios palestinos e ouvir mais a opinião dos vizinhos. Ele não leva em consideração as mudanças capitais, que ocorreram no Oriente Médio depois das “revoluções árabes” do ano passado, - considera o conhecido analista do Conselho Europeu para relações internacionais, Daniel Levy:
"O desafio para Israel agora não é militar. A questão é: estará Israel em condições de mudar a posição que tem até agora em relação a seus vizinhos? Eu não tenho em vista esta semana, mês ou até mesmo ano. Eu tenho em vista a perspectiva a longo prazo. Se ele não está em condições de mudar sua atitude, isto significa que Israel, talvez fatalmente, mina a perspectiva de sua existência a longo prazo na região. Ele não pode se portar de modo antigo, ocupar terras palestinas, violar os direitos dos palestinos. Não se pode viver permanentemente com a espada nas mãos."
Hoje à noite, ou amanhã de manhã, 19 de outubro, chega a Gaza uma delegação da Liga Árabe. Ela manteve no sábado uma reunião extraordinária no Cairo.

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