Israel iniciou na madrugada desta sexta-feira a ampliação de sua ofensiva contra Gaza, seguindo determinação anunciada na véspera pelo chefe do Estado-Maior do Exército israelense, general Benny Gantz.
Além de alvos militares, como depósitos de armas e quartéis, o Exército israelense passou a bombardear também alvos civis ligados à infraestrutura e ao governo do Hamas na Faixa de Gaza.
Gantz havia anunciado decisão do gabinete israelense para ampliar "o número e a qualidade dos alvos" a serem atacados na Faixa de Gaza, no terceiro dia da chamada operação "Coluna de Nuvem".
De acordo com o governo israelense, o objetivo da operação é "restaurar a tranquilidade para o sul de Israel e recuperar o poder de dissuasão frente ao Hamas".
A ofensiva, que conta com a participação da Força Aérea, da Marinha e da Infantaria, será reforçada com mais 16 mil reservistas, segundo o porta-voz do Exército, em uma "primeira etapa".
Disparidade de forças
Durante a noite e a madrugada desta sexta-feira, as tropas israelenses bombardearam 250 alvos na Faixa de Gaza, inclusive um transformador elétrico que ficava próximo à residência do primeiro ministro do Hamas, Ismail Haniya, deixando grande parte da população da região sem energia.
Todos os grupos palestinos - Hamas, Jihad Islâmico, Comitê de Resistência Popular e grupos salafistas - se uniram nos ataques a Israel e, desde a tarde da quarta feira, quando começaram os confrontos, já lançaram mais de 300 foguetes contra as cidades israelenses.
A disparidade de forças entre Israel e os grupos palestinos fica cada vez mais evidente à medida que os confrontos se agravam.
A supremacia tecnológica do lado israelense possibilita que muitos dos foguetes lançados a partir de Gaza, que poderiam ter consequências fatais, sejam derrubados no ar, pelo sistema de defesa antimísseis chamado Domo de Ferro. O sistema derrubou cerca de 30% dos foguetes lançados e é programado para destruir os foguetes que irão cair em áreas habitadas. Mesmo assim, um dos foguetes atingiu um prédio residencial na cidade de Kiriat Malachi, no sul de Israel, matando três civis israelenses.
De acordo com os analistas militares, o Domo de Ferro é "eficaz, mas não é hermético".
Dois misseis do tipo Fajer, de produção iraniana, foram lançados contra Tel Aviv, mas caíram em áreas abertas, sem deixar feridos ou danos materiais.
No entanto, para o governo israelense, o fato de que houve uma tentativa por parte dos grupos palestinos de atingir a maior cidade do país significa uma escalada que será seguida por um endurecimento do ataque a Gaza.
Tel Aviv, que não havia sido alvo de ataques desde a primeira Guerra do Golfo, em 1991, entrou nesta quinta-feira em estado de prontidão, quando as sirenes antiaéreas soaram em toda a cidade.
Pessoas que estavam nas ruas se jogaram ao chão, ou correram para prédios nos arredores, e depois do alarme as ruas da cidade se esvaziaram.
Apoio político
Faixa de Gaza, a maioria dos comerciantes fechou as lojas e a população tenta estocar alimentos, sem saber quanto tempo os confrontos irão durar.
Segundo as últimas informações, desde o início da ofensiva, 20 palestinos morreram e cerca de 200 ficaram feridos. Entre os palestinos mortos, no mesmo ataque que matou o líder do Hamas, morreu também um bebê de 11 meses, Omar, filho de Jihad Misharawi, um editor de imagens da BBC em Gaza. O irmão mais velho de Omar e seu tio estão em estado grave.
Na Faixa de Gaza, o Hamas dirige um comando central que integra todas as organizações armadas.
Em Israel, quase todos os partidos políticos manifestaram apoio à ofensiva.
A principal líder da oposição, Shely Yahimovitz, do Partido Trabalhista, afirmou que o ataque é "necessário e justificado".
Só o partido social-democrata Meretz, que conta com 3 cadeiras (entre 120) no parlamento, e os três partidos que representam a população árabe-israelense (que têm 11 cadeiras), são contra a operação Coluna de Nuvem.
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