O prefeito Fernando Haddad (PT) recebeu ontem,(11) na sede do governo, prefeitos petistas da região metropolitana de São Paulo para um almoço cujo prato principal foi o debate sobre o desenvolvimento de políticas regionais. Apontado como liderança natural por administrar a capital paulista, Haddad discutiu sobre mobilidade e propostas como o compartilhamento entre os sistemas de bilhetagem e de tarifa única para facilitar a integração nos sistemas de transportes das cidades da Grande São Paulo. A região é formada por 39 municípios, sendo nove administradas pelo PT.
Segundo o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida, já há uma consciência sobre a necessidade de adotar uma visão metropolitana nas administrações. “Hoje um prefeito da região metropolitana, por melhor que seja na sua cidade, sabe que não vai resolver problemas só para seu município. Já estamos bastante maduros para saber que nossas ações têm de ir além das cidades que administramos”, disse.
Almeida afirmou que está otimista em relação à postura de Haddad no tratamento da política para a região metropolitana. “Ele tem uma linha de trabalho que, na minha opinião, difere do que ocorria antes: é uma pessoa muito organizada, que gosta das coisas bem planejadas e de trabalhar com pontos específicos com começo, meio e fim. Acho que isso é um ponto positivo e um avanço”, afirmou.
Em visita à Universidade Federal do ABC, em São Bernardo do Campo, Haddad afirmou que é preciso iniciar um processo de gestão metropolitana, principalmente em transporte público, saúde e educação.
Um dos temas considerados prioritários pelos prefeitos na reunião, a integração do transporte público entre as cidades da Grande São Paulo, deve ser discutido com o governador Geraldo Alckmin (PSDB). “Este, seguramente, é um debate prioritário e o Haddad vai discutir com o governador para retomarmos este calendário metropolitano e que a gente possa, com os 39 prefeitos, construir este processo”, disse.
Para o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, todos os prefeitos de capitais estaduais têm, querendo ou não, a responsabilidade de liderança em suas regiões metropolitanas. “O Haddad tem consciência do seu papel de prefeito da capital e, portanto, a responsabilidade de liderar este processo junto com o governo do Estado. Não de forma solitária, temos de partilhar este debate entre Estado e municípios e o prefeito da capital.”
Marinho afirmou que os prefeitos petistas da região metropolitana devem manter um agenda de reuniões e encontros para discutir ações para enfrentar problemas que atingem a região e que requerem ações inovadoras.
Uma delas pode ser a adoção de tarifa única para o transporte público. Segundo o prefeito de São Bernardo, este assunto ainda precisa ser aprofundado, mas é preciso criar condições para induzir as pessoas a deixarem seus carros na garagem ou em bolsões de estacionamento e usar o transporte público. “A cada dois ou três meses vamos nos reunir para discutir os problemas das cidades e buscar soluções em conjunto”, disse.
O prefeito de Santo André, Carlos Grana, observou que a reunião de hoje foi restrita a prefeitos petistas porque foi um compromisso assumido por eles durante a campanha eleitoral. “A próxima reunião dele será com todos os prefeitos da região.”
Além de Almeida, Marinho e Grana, participaram os prefeitos Donisete Braga (Mauá), Paulo Sérgio Ribeiro (Carapicuíba), Francisco Daniel de Morais (Franco da Rocha) e Jorge Lapas (Osasco). O prefeito de Embu das Artes, Francisco Brito, foi o único petista eleito na região que não compareceu à reunião.
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