Dos 95 mil jovens analisados, todos tinham irmãos mais velhos e destes, alguns foram identificados com autismo. Após o levantamento dessa informação, os pesquisadores decidiram examinar também se as vacinas podem influenciar o desenvolvimento do transtorno em crianças com irmãos autistas.
Anjali Jain, médico em Falls Church, Estados Unidos, afirma que as pesquisas não observaram relações entre a vacina MMR e o aumento do risco de desenvolver autismo, com ou sem irmão na família diagnosticado com o problema. O autismo está em ascensão, e afeta uma em cada 68 crianças nos Estados Unidos, mas suas causas ainda são pouco compreendidas.
Rumores sobre a relação entre vacinas e autismo começaram a se espalhar após a publicação, em 1998, de um artigo de Andrew Wakefield que pretendia encontrar uma ligação entre a vacina MMR e o autismo em 12 crianças. Mais tarde, o artigo foi considerado fraudulento e recolhido pela revista que o publicou. A Grã-Bretanha também retirou a licença médica de Andrew Wakefield. Mesmo assim, as preocupações sobre a segurança da vacina têm se demostrado difícil de dominar.
De acordo com o estudo, apesar de um volume substancial de pesquisas ao longo dos últimos 15 anos não ter encontrado nenhuma relação entre a vacina MMR e o autismo, pais e outras pessoas continuam a fazer essa associação. Pesquisas de pais que têm filhos com o transtorno sugerem que muitos acreditam que a vacina tenha sido um fator contribuinte.
As pesquisas ainda levantaram dados que afirmam que as crianças que têm um irmão mais velho com autismo são menos propensas a se vacinar. Além disso, os resultados chegaram à conclusão de que a taxa de vacinação contra sarampo, para as crianças com irmãos não afetados, foi de 92% até os cinco anos de idade. Esse número contrasta com as taxas de vacinação da MMR, para crianças com irmãos autistas, que foi de 86% aos cinco anos de idade.
— No seu conjunto, dezenas de estudos demonstraram que a idade de manifestação do autismo não difere entre as crianças vacinadas e não vacinadas, assim como a gravidade ou o desenvolvimento do transtorno e o risco de recorrência dele nas famílias — disse Bryan King, médico da Universidade de Washington e do Hospital Infantil de Seattle, ao enfatizar a clareza dos dados apresentados pela pesquisa.
Créditos: Correio do Estado
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