A representante especial do secretário-geral da ONU sobre violência sexual em conflito afirmou que "estupros e escravidão sexual estão sendo usados como táticas de terror no Oriente Médio".
Zainab Bangura fez a declaração depois de uma visita a cinco países da região. Ela esteve na Síria, no Iraque, na Turquia, no Líbano e na Jordânia.
Bangura conversou com sobreviventes e testemunhas, que afirmaram que a violência sexual está sendo cometida de "forma estratégica e sistemática". Bangura destaca ainda o "alto nível de sofisticação utilizado pelas partes em conflito".
Mulheres e meninas sofrem risco de serem atacadas em qualquer altura da vida e em qualquer lugar – em zonas em conflito, em áreas sob controle de forças armadas, em pontos de checagem e nas fronteiras.
Segundo Zainab Bangura, casamentos forçados ou precoces com combatentes são táticas utilizadas pela Jihad ou apoiadas como forma de "proteção", quando as famílias não têm como garantir a segurança de suas filhas.
A venda ou transferência de meninas e de mulheres entre combatentes e grupos armados no Oriente Médio é "parte da economia do conflito". A representante da ONU afirma também que em países com grande número de refugiados, o risco de violência sexual e de prostituição feminina é maior.
Zainab Bangura visitou os cinco países entre os dias 16 e 29 de abril e fez um balanço da viagem nesta quinta-feira. Segundo ela, o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, "institucionalizou a violência sexual e a brutalidade contra mulheres como aspectos centrais de suas ideologias e operações".
Bangura diz se tratar de uma uma estratégia do Isil para avançar com seus objetivos. Para recrutar mais combatentes, é oferecido aos homens acesso fácil a mulheres e meninas, que são vendidas como escravas sexuais.
A violência sexual é cometida também contra populações de deslocadas internas e utilizada como ameaça para obter informações, para controlar as capacidades reprodutivas da mulher, para destruir famílias e construir um "califado" e para punir, humilhar e forçar pessohas às "ideologias radicais" do Isil. Leia mais no Portal EBC.
Créditos: EBC
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