A Petrobras anunciou lucro líquido de R$ 5,330 bilhões no primeiro trimestre, resultado 1% inferior a igual período de 2014 (R$ 5,393 bilhões), mas considerado positivo, levando-se em conta o impacto da Operação Lava Jato no desempenho da empresa. Ainda segundo o balanço divulgado na noite de ontem (15), a produção de petróleo e gás natural da companhia, no Brasil e no exterior, cresceu 11% na mesma base de comparação, chegando a uma média de 2,803 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed).
No mês passado, a estatal atingiu novo recorde na produção mensal de petróleo no pré-sal, de 715 mil barris por dia, após chegar a 672 mil em março. Mesmo fora do período do balanço trimestral divulgado, a empresa já havia anunciado esta semana o recorde de produção diária atingido em 11 de abril, quando chegou a 800 mil barris (bpd) nas bacias de Santos e Campos.
De acordo com o balanço, os investimentos totalizaram R$ 17,843 bilhões, 13% a menos do que os dos primeiros três meses do ano passado. Segundo a companhia, o foco dos investimentos foi o segmento de exploração e produção no Brasil, que recebeu 79% dos recursos. A intenção da Petrobras é reconquistar a confiança do mercado “paulatinamente”, segundo avalia sua diretoria.
Para João Antônio de Moraes, diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), os resultados da empresa nos últimos meses, principalmente com relação à produção, e também a evolução das ações em bolsa, têm sido positivos. “Os fatos estão falando por si. Os resultados vêm confirmando o que a FUP vem falando há tempos. Está muito longe de ser a empresa mergulhada na corrupção que não dá resultados, como a imprensa dizia.”
As ações preferenciais da companhia tiveram valorização de 39% nos últimos três meses (13 de fevereiro a 14 de maio), período em que passaram de R$ 9,99 para R$ R$ 13,89.
Moraes enfatiza que “a campanha difamatória da oposição e da imprensa tinha e tem por objetivo entregar o pré-sal”. Segundo ele, embora gradativamente estejam se confirmando os resultados positivos que os petroleiros previam, por outro lado os interesses em privatizar a estatal se confirmam. “O risco existe, e cada vez eles escancaram mais que a intenção é essa”, afirma o dirigente.
Está em tramitação no Senado um projeto do senador José Serra (PSDB-SP), revogando a participação obrigatória da Petrobras no modelo de exploração de partilha da produção de petróleo no pré-sal. O PLS 131/2015 propõe a derrubada da participação mínima de 30% da empresa estatal nos consórcios de exploração. No final de março, o analista político Paulo Vannuchi disse à RBA que o projeto de Serra é "um artifício, ou ardil, para quebrar o monopólio de produção da Petrobras sobre o pré-sal”.
Moraes, da FUP, destaca como relevantes as manifestações da presidenta Dilma Rousseff a favor da manutenção do modelo de partilha. Nesta quarta-feira (13), Dilma que o modelo de partilha no seu governo “está garantido”.
“Tem a declaração da presidenta, dizendo que não concorda com mudança na lei da partilha. Essa é uma novidade. Mas, apesar de importante, não nos garante, porque o governo não tem o controle do Congresso, onde já tem proposta dos tucanos para flexibilizar e entregar o pré-sal. O Congresso está de joelhos para os interesses internacionais”, avalia Moraes.
Créditos: Rede Brasil Atual
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