quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Benefícios sociais retiram 'invisíveis' da pobreza

A estratégia da Busca Ativa é o trabalho principal dos profissionais que atuam nas equipes volantes
Às margens do Rio Paraguai, ribeirinhos que vivem nas regiões do Porto da Manga, Porto Esperança, Morrinho e Passo do Lontra, no município de Corumbá (MS), seriam “invisíveis” ao Estado, se não fosse o trabalho dos assistentes sociais e psicólogos que atuam nas equipes volantes.

Diariamente, esses profissionais circulam, seja por terra ou cruzando o rio, em busca de famílias que ainda se encontram em situação de vulnerabilidade social. 

O objetivo: levar direitos sociais até então desconhecidos por por essas pessoas. “São muitas as fragilidades que encontramos. Meu trabalho é cuidar dessas famílias para que saiam da situação de pobreza. Esse é o nosso compromisso”, diz a assistente social Ana Laura Carvalho, que compõe a equipe volante que atende famílias ribeirinhas em Corumbá. 

Ela conta que já encontrou famílias inteiras sem registro de nascimento. “Mãe e filhos que não existiam legalmente. Mudamos essa realidade com o nosso acompanhamento.” Ana Laura ressalta que essa atenção diária também já fez com que muitas crianças voltassem a estudar e idosos pudessem acessar o Benefício de Prestação Continuada.

“São direitos deles. E o retorno é positivo. Nada mais gratificante em ver os sorrisos nos rostos e as mudanças de vida para melhor.” O trabalho da equipe ainda inclui registrar as famílias no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e acompanhá-las nas condicionalidades do Programa Bolsa Família. “Pela localidade em que vivem essas famílias, se não existisse a equipe volante, essas mudanças não seriam possíveis”, conta. E acrescenta que, para chegarem até a cidade, os ribeirinhos gastariam R$ 150 ou mais, dependendo do local. “Levamos os direitos até eles. São pessoas que têm mais necessidade.”

Em Corumbá, a equipe volante incluiu 80% dos ribeirinhos no Cadastro Único. Os profissionais atendem uma média de 20 a 50 famílias por dia e as ações são desenvolvidas de acordo com a necessidade da comunidade. A estratégia da Busca Ativa é o trabalho principal dos profissionais que atuam nas equipes volantes. O desafio é localizar pessoas em situação de vulnerabilidade social, em comunidades isoladas ou locais de difícil acesso, que não acessam os serviços públicos e vivem fora de qualquer rede de proteção social. Desde 2011, 1,4 milhão de famílias foram incluídas no Cadastro pela Busca Ativa e já saíram da extrema pobreza.
Créditos: Portal Brasil


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