Desde 2012, os estados do nordeste brasileiro vivem o que já é considerada a pior seca dos últimos cem anos. O período de estiagem afeta a vida de 23 milhões de pessoas que vivem no semiárido nordestino. São 600 mil animais perdidos só em Pernambuco e mais de 600 cidades em estado de emergência por causa da falta de água.
Jusci Cleide dos Santos mora em um sítio de Petrolina, em Pernambuco, onde o caminhão pipa não consegue chegar pela estrada de areia. Ela anda por 8km a cada dois dias para buscar água direto do rio São Francisco. São sete horas de caminhada.“Ô meu Deus, bota uma nuvem nesse céu”, reza ela no caminho. Há quatro anos, Jusci vive no sítio com o marido e quatro filhos. Eles vivem da venda de carvão e dos R$220 que recebem do Bolsa Família.
Por conta da seca, os animais do sitiante Manoel Ferreira estão magros, quase morrendo. Ainda assim, ele tenta vender dois bois em Tabira, interior de Pernambuco, na segunda maior feira de animais do estado. “Eu não tenho o que dar de comer aos bichos. Tem gente que deixa, mas eu não deixo morrer, não”, relata Manoel. Depois de cinco horas tentando vender os animais, ele consegue um comprador. Mas ele não pretende ficar com os bois. “(Vou) trocar eles. Porque o dono mesmo vai trocar nos miudinhos. Trocar os grandes por uns pequenos porque come menos. Gado aqui nessa região virou canibal. É vendendo um para dar de comer aos outros.”
Montadas, cidade de 5 mil habitantes do agreste da Paraíba, vive uma situação de colapso. A água é distribuída gratuitamente três vezes por semana pelo exército em um programa antigo do governo federal no combate à seca. Há quatro anos a água não chega na cidade. Mas há quem lucre. César Costa, vendedor de água, vende o tambor de mil litros por R$ 40 e o de 250 litros por R$ 10. Ele ganha R$ 12 mil por mês. Se voltar a chover, César perde a renda. “Aí eu procuro outro meio de vida. Estou torcendo para que chova. Para Deus mandar água para todo mundo.”(G1).
Créditos: Focando a Notícia
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