A afirmação é sustentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com base na estatística de que 90% dos fumantes adultos inserem o cigarro no dia a dia antes dos 19 anos. Boa parcela dessa juventude é atraída por produtos sedutores, que prometem mais naturalidade e menos nocividade, mas que estão carregados de perigos à saúde. Os especialistas apontam justamente o oposto, esses fumos são mais prejudiciais ao organismo do que o cigarro tradicional.
Para se ter uma ideia, uma sessão de uma hora de narguilé corresponde ao efeito de cem cigarros, afirma a pneumologista Maria das Graças Rodrigues, presidente da Comissão de Controle de Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas, pertencente à Associação Médica de Minas Gerais. “É um produto altamente tóxico para o organismo. Ele injeta uma concentração maior dessas substâncias nocivas que ficam por mais tempo dentro do corpo”, diz.
E os cigarros aromáticos, mesmo sendo menos letais que o narguilé, não podem ficar de fora. O açúcar (glicerol) tragado deles se transforma em toxina no organismo, fazendo com que as hemácias, os glóbulos vermelhos, soltem menos oxigênio para os tecidos, além de potencializar o efeito da nicotina no cérebro. “Outra gravidade é que os aditivos inseridos neles, como o mentol e o chocolate, por exemplo, mascaram os efeitos colaterais, levando o fumante a permanecer mais tempo dependente”, esclarece o pneumologista Pedro Navarro, do Programa de Controle do Tabagismo da Prefeitura de Belo Horizonte.
A pneumologista Maria das Graças chama atenção para os males ocasionados pela exposição prolongada às substâncias tóxicas: doenças respiratórias e cardiovasculares, câncer (pulmonar, cavidade bucal, garganta) e disfunção erétil, além de doenças contagiosas como herpes labial, tuberculose e hepatite C, que também podem ser adquiridas pelo uso do bucal coletivo, no caso do narguilé, por exemplo.
“O tabaco é o único produto comercializado legalmente que mata dois terços dos seus usuários ou diminui significativamente sua expectativa de vida. Ele custa aos cofres públicos do país R$ 59,6 bilhões por ano para tratar doenças da dependência, segundo o Ministério da Saúde”, diz Maria das Graças Rodrigues.
Créditos: O Tempo
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