O presidente eleito da Venezuela, Nicolás Maduro, prometeu ontem (16) aplicar “mão dura contra o fascismo”, ao mesmo tempo em que denunciou que grupos opositores planejam um golpe de Estado, após atos violentos serem registrados no país. Até o momento o saldo é de sete mortos, 61 feridos e diversas instalações públicas, como centros de saúde, danificadas.
“Isso é responsabilidade daqueles que convocaram a violência, que desacataram a Constituição e as instituições (...) o plano é um golpe de Estado”, afirmou Maduro em cadeia nacional de rádio e televisão. Ele foi eleito presidente domingo (14), porém, o candidato derrotado Henrique Capriles pede uma recontagem dos votos como condição para reconhecer o resultado. Capriles ainda não formalizou o pedido ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Conforme dita o regimento do órgão eleitoral, primeiro o candidato precisa apresentar um expediente administrativo e consignar a denúncia com todas as provas que possui. Em seguida, o CNE verificará o expediente e todas as provas incluídas e decidirá se dá razão ou não à solicitação de recontagem de votos. Em caso de negativa, o candidato ainda tem a possibilidade de enviar a solicitação ao Supremo Tribunal de Justiça.
Frente ao ambiente de tensão, Maduro disse que não permitirá a realização de uma marcha opositora na capital, Caracas, para evitar mais violência nas ruas. “A marcha ao centro de Caracas não será permitida, vocês não vão encher de morte e sangue o centro de Caracas. Não vou permitir. Façam o que quiserem fazer. Usarei mão dura contra o fascismo e a intolerância”, continuou.
"Essa marcha não vai entrar em Caracas. Não permitiremos outro 11 de abril", afirmou o chavista em referência à tentativa de golpe de Estado de 2002. Na ocasião, houve uma marcha da oposição, na qual resultaram mortos, atingidos por franco atiradores não identificados.
Mortos
As reações de Maduro aconteceram após a fiscal geral da Venezuela, Luisa Ortega, informar sobre o número de mortos e feridos nos incidentes registrados nesta segunda-feira (15/04). "Faleceram sete venezuelanos, sendo um deles policial do Estado de Táchira. Um dos feridos foi queimado vivo”, afirmou Ortega. “Pretendiam matá-la queimada, atenção para os níveis de agressividade e violência dessas pessoas neste momento”, sublinhou.
A fiscal geral disse que 135 pessoas foram detidas e que investigações contra os envolvidos estão sendo levadas a cabo. “Esses episódios podem ser configurados como instigação ao ódio, desobediência das leis e rebelião civil”, assinalou. Segundo ela, Capriles “argumenta uma série de razões, que deveriam ser expostas frente” ao CNE, o que ainda não aconteceu.
REDE BRASIL ATUAL
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