Segundo o mapeamento, 1.330 casos de DSTs foram registrados no total no ano passado. A sífilis é responsável por 40% das ocorrências, seguida pela hepatite B, com 19%, e a candidíase, que representa 11% dos diagnósticos. As demais doenças registradas foram HPV (que causa câncer de colo de útero), clamídia, cancro mole e gonorreia. O infectologista Ralcyon Teixeira, do Hospital Emílio Ribas, ressalta que grande parte dos pacientes diagnosticados com estas doenças no período já estavam contaminados com HIV, o vírus da Aids.
“Temos notado que está havendo um novo aumento dos casos de DSTs. E é ainda mais grave, porque grande parte desses pacientes que são atendidos já são diagnosticados com HIV. Então é um risco ainda maior de transmissão, das DSTs e do HIV juntos. Temos visto que a preocupação com a prevenção tem diminuído”, comentou em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Segundo ele, a prevenção, através da camisinha, é o caminho mais eficaz para o combate às doenças sexualmente transmissíveis. “Precisamos voltar a falar da camisinha. Ensinamos, talvez, a juventude de maneira errada. Por que a gente fala que ter relação com camisinha é igual a não ter e sabemos que não é verdade. Sabemos que a sensibilidade de não usar a camisinha é mais prazerosa para o adolescente do que se ele usar. Precisamos voltar a conversar abertamente, de que o uso da camisinha é indispensável, inclusive no sexo oral. Sexo oral é sexo e transmite doença também”, diz.
O estudo aponta que 82% das infecções aparecem em homens, e idade média de 30 a 40 anos. Segundo Teixeira, isso se dá pela maior facilidade que os homens têm em enxergar eventuais lesões, pela própria anatomia do órgão genital.
Tabu
O médico afirma também que as campanhas preventivas e de incentivo ao uso da camisinha não recebem a atenção que deveriam por parte do poder público, e enfrentam certos tabus sociais.
“As campanhas existentes não são eficazes. Se investe muito no tratamento, mas a prevenção, por uma série de motivos, seja muito ligada a parte religiosa, cultural, e até machista em falar nisso, em levar para a escola. As campanhas de prevenção são aquém do que gostaríamos, elas aparecem no carnaval e parece que no resto do ano não temos incidência de DST. E se não educarmos as crianças elas vão virar jovens, vão ter relação sexual e terão risco maior de ter DST”, diz.
Créditos: Rede Brasil Atual
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