As Forças Armadas deram a largada para as operações de preparação para a Copa do Mundo. Apesar da preocupação em atender pedidos cada vez mais recorrentes de ajuda por parte dos governos estaduais, em situações de crise na segurança pública e de ter anunciado, no último mês, cuidado especial com as fronteiras do país durante o evento, o Ministério da Defesa divulgou que Exército, Marinha e Aeronáutica estão prontos para atuar na segurança do evento, numa operação que tem início esta semana, sem tanques de guerra nem carros blindados, e vai até o dia 18 de julho.
A prontidão, por conta do torneio, envolve 57 mil militares, que atuarão nas ruas quando necessário. A operação terá como missão prioritária a defesa de áreas tidas como estratégicas para o país, como centrais de energia e torres de transmissão. Na prática, conforme divulgação do Ministério da Defesa, os agentes escalados estão distribuídos da seguinte forma: 35 mil são oficiais do Exército, 13 mil da Marinha e nove mil da Aeronáutica.
Do total, cerca de 21 mil deles formarão a chamada tropa de contingência – que vai defender o país nas áreas química, biológica, radiológica, nuclear, cibernética e de contraterrorismo. Além disso, como destacou o mesmo ministério, os militares trabalharão de forma coordenada com os agentes de segurança pública, prontos para lidar com situações extremas, como o desarme de bombas e resposta a artefatos químicos e radiativos.
Uma novidade na operação será a utilização, pela Força Aérea Brasileira (FAB), das Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs), também conhecidas como Vants, dentro do plano de vigilância do espaço aéreo. “Carros blindados nas ruas só serão colocados se algum estado pedir à presidente para que seja decretado estado de Garantia da Lei e da Ordem. Estaremos preparados para tudo, mas não se espera que isso aconteça em plena realização da Copa do Mundo”, afirmou um dos representantes do Comando Militar do Leste, que preferiu não se identificar.
Centros de coordenação
A operação, segundo informou o ministro da Defesa, Celso Amorim, terá o comando nacional do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, em Brasília, que por sua vez manterá contato permanente com 12 centros de coordenação de defesa aérea instalados nas cidades-sede da Copa. O ministro afirmou que, além dos treinamentos efetuados nos últimos anos com esse objetivo, os militares também acompanharam os trabalhos de segurança realizados na África do Sul durante o último Mundial, bem como eventos internacionais de grande porte.
“Nossas tropas estão absolutamente treinadas e equipadas para o ambiente específico da Copa. E, no momento, estão realizando os últimos exercícios conjuntos, inclusive com as outras forças do Ministério da Justiça”, acentuou Amorim. Por parte da Aeronáutica, serão utilizados pela equipe especial, ao longo desse período, 24 aeronaves do tipo Super Tucano (A 29), dez caças F-5, três aviões radares (E-99), 47 helicópteros (para fiscalização e defesa do espaço aéreo) e 29 aeronaves de apoio.
Por parte da Marinha, estão à disposição, para as operações dessa tropa especial, quatro fragatas, uma corveta, 21 navios-patrulha, um navio de desembarque e 183 lanchas. “Estamos prontos para prover segurança aos turistas estrangeiros, delegações de futebol e chefes de Estado que estarão presentes. Há estreita cooperação entre diversos entes estatais visando assegurar um ambiente seguro e pacífico para a realização do evento”, frisou o assessor especial para grandes eventos do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general Jamil Megid.
Conforme informações da Defesa, as preparações para a operação de segurança da Copa do Mundo são resultado de orçamento iniciado quase três anos atrás e que totaliza perto de R$ 1,9 bilhão em equipamentos, treinamento de pessoal e infraestrutura diversa - recursos e distribuídos entre Defesa e Ministério da Justiça. No caso da Defesa, propriamente, foram alocados R$ 709 milhões para a preparação e operação das tropas militares.
Segurança pública e privada
Já em relação à segurança a ser coordenada pelo Ministério da Justiça, a previsão é de que 100 mil homens atuem como agentes de segurança pública em todo o país. São policiais federais, policiais rodoviários federais e peritos criminais. Outros 20 mil homens vão trabalhar na área de segurança privada, contratada pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). A atuação destes 120 mil agentes ficará espalhada por perímetros externo e interno dos estádios, hotéis e centros de treinamento das seleções, aeroportos, pontos turísticos e entre outros.
Em Brasília e no Rio de Janeiro, foram instalados centros integrados de comando e controle que recebem informações sobre segurança dos centros regionais instalados nas 12 cidades-sede. As informações sobre qualquer tipo de problema serão transmitidas imediatamente aos diversos órgãos da segurança pública e defesa, além de serviços essenciais como saúde e abastecimento de água e energia.
“O plano de segurança da Copa segue um modelo de gestão integrada, com responsabilidades claramente definidas para os vetores de defesa e de segurança pública, em atividades que se integram e complementam”, afirmou o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, general José Carlos De Nardi.
Créditos: Rede Brasil Atual
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