Entre eles, destacam-se na colina a praça de uma cidade e um bloco de uma rua, indicando que era um grande centro urbano. “A área que está localizada dentro da muralha tem mais de 40 hectares”, diz Robin Rönnlund, estudante de doutorado em arqueologia clássica e história antiga da Universidade de Gotemburgo e líder do trabalho de campo. O pesquisador diz que a colina guarda muitos segredos, porque foram encontrados vestígios de torres, paredes e portas da cidade, mas a maioria desses restos está enterrada no subsolo. O objetivo da equipe é evitar as escavações e usar outros métodos, tais como radar de penetração de solo, para evitar danos à área. “Como os vestígios são abundantes, gostaríamos de registrá-los antes de iniciar qualquer escavação”, diz Rönnlund.
Além dos vestígios da cidade, a equipe encontrou fragmentos de cerâmica e moedas que podem ajudar a datar a época do lugar. “As descobertas mais antigas datam de cerca de 500 anos a.C., mas o auge da cidade parece estar entre o quarto e o terceiro século antes de nossa era. Parece que depois foi abandonada, talvez por causa da conquista romana da região”, explica Rönnlund. Segundo o pesquisador, o que mais chamou sua atenção foi o tamanho do assentamento e sua pitoresca localização, nas vastas planícies da Tessália. “A cidade antiga deve ter sido muito proeminente e visualizável em toda a região”, diz Rönnlund.
A exploração faz parte do Projeto Arqueológico de Vlochós (VLAP) e é uma colaboração entre o Instituto Sueco de Atenas e o serviço arqueológico local, de Cardítsa. O trabalho de campo foi realizado durante duas semanas em setembro por uma equipe internacional da Universidade de Gotemburgo e da Universidade de Bournemouth, com o objetivo de explorar os vestígios para verificar sua importância.
O pesquisador conta que descobriu o lugar com um colega, enquanto trabalhavam em outro projeto no ano passado, e foi quando perceberam seu grande potencial. “O fato de que ninguém jamais tenha explorado a colina é um mistério”, diz Rönnlund. O pesquisador diz que a zona oeste da Tessália é muito rica em arqueologia, como pode ser visto no Museu Arqueológico local, de Cardítsa, e que tanto arqueólogos gregos quanto estrangeiros estão trabalhando muito para descobrir todos os segredos desta paisagem antiga. “Pode haver mais vestígios nas proximidades”, diz.
O arqueólogo disse não acreditar que os resultados deste projeto grego-sueco-britânico alterem a história, mas garante que demonstram definitivamente que a região da antiga Tessália foi muito rica e importante. “E não o contrário, como se pensava até agora”, conclui o pesquisador. FOTO: SIA/EFAK/YPPOA
Créditos: El País
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