Num discurso marcado pelas realizações na área da educação durante seus dois mandatos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu o 33º Congresso da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), na noite de ontem (12), em Brasília. Durante 50 minutos, fez um paralelo entre as conquistas no setor que tiveram continuidade no primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff e os retrocessos em menos de um ano de governo de Michel Temer (PMDB), a quem mandou vários recados.
Em um deles, que serve também ao juiz federal Sérgio Moro, reforça que está de volta e disposto. "Tenho 71 anos, mas pareço jovem de 30. E este ano, quem acha que vai me proibir de fazer as coisas nesse país pode se preparar. Vou voltar a rodar esse país."
Para "refrescar a memória" da plateia que lotou o Centro de Convenções Ulisses Guimarães, ele lembrou que o orçamento da educação no início de seu governo era de R$ 33 bilhões, passando para R$ 130 bilhões em 2016, o correspondente a um salto de 4.8% do PIB para 6.3% no período. E que foi aprovada a criação do fundo do pré-sal, do qual 50% seria destinado ao financiamento do ensino num esforço para o cumprimento do Plano Nacional de Educação que prevê a aplicação de 10% do PIB pela União até o final do decênio de vigência do plano.
Lula disse que neste ano pretende discutir com Temer e aliados o caminho para tirar o país da lama. "Para isso há uma palavra miraculosa: voltar a criar 'emprego' nesse país. Precisamos também garantir que o Estado volte a funcionar, que a economia se recupere – o que não é possível com essa taxa de juros. Os estados estão quebrados, as prefeituras também. Há prefeitos que não conseguiram pagar o 13º de seus servidores. Se eu voltar, eu creio que esse país pode se recuperar."
Saindo em defesa de Dilma, disse ser inaceitável que a gestão Temer, com apoio da mídia, acuse seu governo de "ter quebrado o país". E afirmou que, desde a reeleição da presidenta, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, trabalhou para que nenhuma de suas reformas fossem aprovadas. "Quem quebrou o país foram eles, os golpistas. Essa gente está impedindo o Brasil de ser competitivo. Jogam fora a oportunidade de o país ser uma grande nação através da educação."
O ex-presidente não poupou críticas a Temer. "Não tem possibilidade de ter credibilidade alguém que chegou ao poder dando um golpe e que construiu uma mentira deslavada. Todo mundo tem o direito de ser o presidente desse país. Mas pelo menos que seja ético para disputar uma eleição".
Créditos: Rede Brasil Atual
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