A União Europeia deve reconhecer o fracasso do projeto da "zona do euro" - uma área da moeda única não vai sobreviver este inverno. Tal opinião na entrevista à Voz da Rússia, expressou o diretor da Escola Superior Francesa de Ciências Sociais, economista Jacques Sapir.
"Antes de tudo, devemos distinguir entre a UE e a zona do euro. Em relação ao futuro da zona do euro, eu sou um pessimista. Eu acredito que na sua forma atual, para a zona do euro vai ser extremamente difícil sobreviver ao próximo inverno e o ano 2013. Isso não significa que a UE vai morrer. É muito provavel que a comunidade passe por um período de reformas, mas continue se desenvolver. A verdadeira questão é outra. É um problema relacionado com o desenvolvimento da economia europeia. Se continuarmos a praticar a política de redução de investimento público, o corte, evidentemente, vai levar a nossa economia ao declínio a longo prazo, de 4-6 anos. Por causa disso, o peso político da UE no cenário internacional será substancialmente menor, o que naturalmente vai levar a numerosas crises na UE. Se conseguirmos passar para o crescimento significativo desde o período de 2013-2014, a UE como um importante pólo de atração para outras economias irá manter o seu peso relativo."
Falando sobre o destino da zona do euro, Jacques Sapir disse que no futuro próximo é improvável encontrar os meios da sua salvação.
"É preciso dar à zona do euro o direito à vida, e, em caso afirmativo, é preciso de oferecer à zona do euro os fundos apropriados ? Em outras palavras, a Alemanha pode pagar pela existência da zona do euro? E a questão não é se a Alemanha quer isso ou não. A questão é se ela é capaz de fazer isso. E eu tenho dúvidas sobre isso. A outra opção – a União Europeia está consciente de que o projeto fracassou. Nesse caso a decisão deve ser tomada para salvar aquilo que poderia ser salvo, isto é, a experiência no campo da integração política e econômica num espaço único."
O economista Jacques Sapir espera que os governos da UE prefiram a lógica do crescimento econômico, que é inevitável na tentativa da salvação da zona do euro, à política de redução dos investimentos.
VOZ DA RÚSSIA
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