A visita do Papa Bento XVI ao Líbano, prevista para 14-16 de setembro, terá lugar apesar da instável situação no país.
Em Beirute, o Papa se reunirá com os chefes de todas as igrejas católicas do Oriente Médio e Norte de África, bem como com os adeptos do Islã e com políticos. Os cristãos esperam que o Papa ajudará as pessoas na região a se unirem.
O Dr. Harry Hagopian, um consultor sobre o Oriente Médio na Conferência dos Bispos Católicos da Inglaterra e País de Gales, explicou a importância dessa visita em diferentes níveis:
"O significado especial desta visita é que o Papa Bento XVI pretende se encontrar com os chefes de todas as igrejas católicas, não só no Líbano, mas em toda a região, e apresentar uma Exortação Apostólica pós-sinodal. Este é um documento do Sínodo das igrejas católicas da região, que foi realizado em Roma. Nele estão expressados os pensamento e esperanças do Papa quanto ao futuro dos católicos no Oriente Médio e Norte da África. Este é o sentido formal da visita. Mas, na minha opinião, esta é também uma forma de expressar solidariedade para com todos os cristãos na região, onde 10-12% são cristãos árabes nativos. Além disso, ele vai se encontrar com políticos que aderem ao islã: sunitas, xiitas, drusos, membros de outros movimentos."
No Líbano, existem 18 comunidades cristãs, por isso a escolha deste país para assinar a Exortação Apostólica foi simbólica, comenta o padre Abdo Abu Kassem:
"Esta é uma visita de paz. Os cristãos não são uma simples minoria: eles estiveram aqui há dois mil anos. A maioria dos cristãos do Oriente Médio vivem no Líbano. Os cristãos acreditam que esta visita lhes dará esperança para continuar sua missão no Líbano e em toda a região."
Por causa da situação volátil na região, havia rumores de que a visita poderia ser cancelada. No entanto, o Vaticano manteve-se inflexível, e no Líbano estão em plena preparação para a chegada do Papa. O Dr. Hagopian apoia a decisão tomada em favor da visita:
"É necessário ter em mente que o Líbano está atualmente ameaçado pela Síria, que também está decorrendo uma guerra civil. E o conflito no país vizinho inevitavelmente afeta o pensamento e as aspirações dos políticos e figuras religiosas libaneses. Eu participei na discussão da visita do Papa ao Líbano com representantes da Igreja Católica. E decidi que a visita do Papa e manifestação de sua solidariedade com o povo da região são muito mais importantes. Espero que ele será capaz de fazer chegar a sua mensagem a todos os habitantes da região, especialmente em vista do fato de que a Igreja Católica sempre considerou o Líbano um mensageiro de esperança."
De qualquer forma, o Papamóvel já foi enviado para o Líbano, todos os discursos do Papa estão escritos, e as reuniões confirmadas.
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