O adjunto do presidente da Rússia Yuri Ushakov confirmou em Moscou o fato de encontro com os representantes americanos, assim como o fato de que eles terem transmitido informações sobre o suposto uso de armas químicas pelo exército sírio.
"Vou dizer francamente que os fatos expostos pelos americanos não nos parecem convincentes. Gostaríamos de não traçar agora paralelos com a "proveta" de Colin Powell, mas os fatos apresentados não nos parecem convincentes. Tenho a impressão de que para os americanos importava aproveitar o próprio fato de nos forneceram esta informação.
Ao falar da "proveta" de Powell, Ushakov teve em vista o fato de que os EUA já terem utilizado certa vez a informação falsa sobre armas de extermínio em massa a fim de justificar a sua intervenção no Iraque. Em 2003, o então secretário de Estado norte-americano Colin Powell chegou a exibir no Conselho de Segurança da ONU uma proveta com um tóxico branco, que a CIA teria alegadamente encontrado no Iraque. Em 2011, o próprio Powell reconheceu numa entrevista concedida ao jornal londrino Guardian, que esta sua declaração não era verdade e que a CIA e o Pentágono lhe tinham fornecido uma informação não confirmada.
A "questão síria" será discutida na futura cúpula de G8 na Irlanda do Norte. A Grã-Bretanha e a França apoiam os fornecimentos de armas.
Por enquanto, os peritos russos em problemas do Oriente Médio aconselham a não se incomodar muito com as declarações sobre os fornecimentos de armas aos rebeldes. Fala o analista do Instituto Russo de Estimativas e Analises Estratégicas Serguei Demidenko.
"O mais provável é que a conferência se realize de uma outra forma. Por outro lado, não se pode esperar que ela surta um grande efeito. A situação que se forma agora na Síria é tal que os fornecimentos limitados de armas à oposição síria não irão alterar radicalmente a situação. A situação pode ser alterada por uma intervenção estrangeira, e é isso que a Arábia Saudita e o Qatar procuram conseguir".
O perito Alexander Khramchikhin do Instituto da Análise Política e Militar concorda, de um modo geral, com esta opinião.
"Achei desde início que esta conferência não teria sentido pois as posições das partes são absolutamente irreconciliáveis. O próprio fato de fornecimento de armas à oposição vai contribuir apenas para aumentar a sua intransigência. Ela já tem recebido armas da Turquia e agora vai recebê-las também dos EUA. Desta maneira, dão a entender à oposição que ela deve lutar até à vitória".
A conferência será realizada por iniciativa da Rússia e dos EUA.
VOZ DA RÚSSIA |
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