sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Corrupção no Metrô de São Paulo pode envolver bilhões de reais, diz promotor



Com base em documentos recebidos do Cade, MP paulista conclui que há 'fortes indícios' de ilegalidades ocorridas entre 1999 e 2009, nos governos tucanos de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin

O Ministério Público de São Paulo informou hoje (9) que existem "fortes indícios" de formação de cartel e de fraudes em licitações da Companhia Paulista de Transporte Metropolitano (CPTM) e da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) entre os anos de 1999 e 2009. O MP se baseia na documentação fornecida pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), autarquia vinculada ao Ministério da Justiça, que investiga o suposto cartel.
“Eu posso adiantar unicamente, por enquanto, que pela documentação que recebemos do Cade - que foi o que gerou o início desta investigação, através do acordo de leniência firmado - que existem efetivamente fortes indícios da prática de crime de formação de cartel e de fraudes a licitações”, disse o promotor Marcelo Mendroni, do Grupo de Repressão aos Delitos Econômicos do MP.
Em nota, o MP ressaltou que os indícios se referem a, principalmente, cinco processos licitatórios: o da Linha 5 do Metrô, o da manutenção de trens séries 2000, 3000 e 2100 da CPTM, o da expansão da Linha 2 do Metrô, do programa Boa Viagem da CPTM, e da compra de 320 carros. “São milhões [de reais], talvez bilhões, envolvidos em todo esse esquema”, destacou o promotor.
Segundo o MP-SP, as fraudes nas licitações teriam ocorrido de várias formas, com a definição prévia sobre quais seriam as empresas participantes e as consequentes vencedoras das licitações; a divisão de processos licitatórios entre os concorrentes; a combinação de valores a serem apresentados por cada concorrente nas licitações; e negociações sobre a desistência de impugnação em troca de subcontratação para participação na disputa. Estima-se o envolvimento de quase dez empresas privadas. Há investigação também sobre a participação de agentes públicos.
Créditos Rede Brasil Atual

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