domingo, 11 de agosto de 2013

Mortalidade infantil cai 80,44% na Paraíba e registra maior redução do país


A taxa de mortalidade infantil no estado da Paraíba, no período de 1980 até 2010, teve a maior queda em todo o país, de 117,1 para 22,9 crianças mortas antes de completarem um ano de vida para cada mil nascidas vivas, o que representa queda de 80,44%. Com isso deixaram de morrer nesse período 94,2 crianças menores de 1 ano para cada 1000 nascidas vivas.
Os números são referentes ao levantamento “Tábuas de Mortalidade por Sexo e Idade” de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado sexta-feira (2). Segundo o levantamento, no Brasil em 1980 ocorriam 69,1 óbitos de crianças menores de um ano de idade para cada mil nascidos vivos; chegando a 16,7 óbitos 30 anos depois. Neste período deixaram de morrer 52 crianças menores de um ano de vida para mil nascidos vivos, representando um declínio nos níveis de mortalidade infantil de 75,8%.
Ainda segundo o levantamento, a esperança de vida dos paraibanos aumentou em mais de dez anos no mesmo período. Segundo o órgão, em 1980 os homens paraibanos tinha a esperança de vida de 54,05 anos, e as mulheres, 59,94, o que dava uma média de 56,99 anos. Já em 2010, a expectativa de vida dos homens é de 67,38 anos, e as mulheres é de 74,92, média de 71,17 anos. De acordo com esses números, em 30 anos, a expectativa dos paraibanos aumentou em 14,18 anos, sendo 13,33 anos os homens e 15,01 as mulheres.
Segundo o IBGE, entre os fatores que contribuíram para a queda da mortalidade infantil, destacam-se: o aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de residências com saneamento básico adequado (esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo), a diminuição da desnutrição infanto-juvenil e um maior acesso da população aos serviços de saúde, o que proporciona uma melhoria na qualidade do atendimento pré-natal e durante os primeiros anos de vida das crianças. Também foram citadas ações diretamente realizadas no intuito de reduzir a mortalidade infantil, como campanhas de vacinação, atenção ao pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, entre outras.
Ações do Governo do Estado – A gerente executiva de Atenção à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Patrícia Assunção, disse que a Paraíba tem muito o que comemorar e lembrou que a atual gestão tem várias ações voltadas à atenção à saúde da criança. “Com relação à atenção integral à saúde da criança, a SES tem uma equipe específica que acompanha essa pauta e, sobretudo, faz o acompanhamento por dentro das redes de cuidados. Junto ao Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), a SES instituiu quatro regiões prioritárias para o programa Rede Cegonha: região de Cajazeiras, Patos, Campina Grande e João Pessoa. Os investimentos nessas quatro regiões atendem as necessidades relacionadas ao cuidado e atenção à saúde da criança, por isso estamos fortalecendo esse cuidado e atenção através das próprias redes de cuidado, junto com o Ministério da Saúde. A SES dá todo um suporte e o Ministério da Saúde disponibiliza os recursos direto para a Atenção Básica dos municípios”, explicou.
Ainda segundo a gerente de saúde, é importante lembrar de projetos como banco de leite, apoio a alimentação e nutrição e círculo do coração, que vêm a melhorar a expectativa de vida, além de reduzir a mortalidade materna e infantil no estado. “O Banco de Leite Anita Cabral, em João Pessoa, é referência nacional, com ações de promoção do aleitamento e de qualificação desse leite pós-coleta. Na alimentação e nutrição, a SES contribui dando um suporte técnico para os municípios com relação aos programas de suplementação alimentar (programa do ferro e da vitamina A). O Governo do Estado estimula os municípios sobre os cuidados com suas crianças para que elas não tenham carências desses componentes. Além disso, temos o programa Saúde na Escola, e desde 2011 temos o convênio com o Círculo do Coração de Pernambuco, para fazer a atenção e cuidado, desde a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de cardiopatias infantis”, concluiu.
De acordo com o secretário de Estado da Saúde, Waldson Dias de Souza, aproximadamente 94% das famílias paraibanas estão cobertas pelo programa Saúde da Família. Segundo ele, o atendimento e cuidado pediátrico está presente em quase todas as regiões do Estado. “Além do programa Saúde da Família, que vem promovendo toda uma rede de cuidado e atenção às crianças paraibanas, é importante citar o Círculo do Coração, que foi implantado na perspectiva de fortalecer o atendimento infantil, apoiando os municípios no pré-natal”, observou.
Ele informou que em 18 meses de Projeto foram triadas 30.000 crianças (com a realização da oximetrias de pulso), 3.586 consultas em cardiologia pediátrica, 853 ecocardiografias e diagnosticadas 400 crianças com cardiopatia (Taxa de 15,4 para cada mil crianças). 40% dos ecocardiogramas realizados mostraram alterações.  No período, foram realizadas 171 cirurgias cardíacas, das quais 75% considerados procedimentos de alta complexidade (de acordo com a classificação da Tabela SUS).
“Também é importante lembrar do novo modelo de gestão e pactuação com os municípios que está sendo realizado através do Pacto pelo Desenvolvimento Social, liberando recursos para obras importantes nas áreas da saúde e educação, como contrapartida temos a melhoria dos indicadores sociais, como a diminuição da mortalidade infantil e materna, por meio da realização de exames preventivos, a exemplo do exame do colo do útero para mulheres de 25 a 49 anos, e definindo prioridade a partir do Orçamento Democrático Estadual, movimento que amplia a capacidade da população em eleger as prioridades da sua região”, explicou.
Foto:notícias Mais
Créditos: Focando a Notícia

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