A Grã-Bretanha propõe ao Conselho de Segurança da ONU aprovar uma resolução que permite empregar “medidas necessárias para defesa da população civil” na Síria. Na realidade por trás dessa formulação ocultam-se planos dos países do Ocidente de desfechar ataques de mísseis, está convicto o especialista do Instituto do Oriente Médio, Serguei Seregichev:
“Eles não pretendem invadir. Porque a experiência do Iraque mostra que eles, naturalmente, em duas semanas “acabam” com o Exército sírio, mas começará a resistência. Sendo que todos irão atirar contra os americanos e seus aliados: tanto os partidários de Assad, como os islamitas. Por isso o Ocidente procurará abster-se da invasão por terra, mas irá – como na Iugoslávia em 1999 – destruir a infraestrutura militar, política e socioeconômica, usando a vantagem em mísseis.”
“O regime sírio continua a guardar reservas de armas químicas. Informação, acessível de amplo espectro de fontes, indica o regime sírio na qualidade de responsável pelo uso da arma química.”Os britânicos propõem fundamentar seu desejo de bombardear a Síria com os princípios da “intervenção humanitária”. Do ponto de vista do ministro do Exterior da Grã-Bretanha, William Hague, possíveis ações militares serão legais, proporcionais e orientadas para a salvação de vidas por meio da prevenção do uso ulterior da arma química síria. O secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, declarou na véspera que foi justamente o exército de Bashar Assad que empregou o sarin:
Mas por enquanto não se sabe que informação é essa. No decurso da última semana o Ocidente, encabeçado por Washington, promete apresentar ao mundo provas irrefutáveis da culpa de Bashar Assad. Mas as coisas não vão além de afirmações sem provas. Segundo dados do jornal The New York Times a causa disto é que as autoridades dos EUA não têm essas provas. Existem apenas conversações telefônicas grampeadas de supostos chefes militares sírios. Mas isto não pode provar a ligação de Bashar Assad com o ataque contra a população civil.
A Grã-Bretanha está mais agressiva. Mas é pouco provável que Londres se decida a atacar antes de Washington, supõe o especialista em Estudos Orientais do Instituto de Avaliações Estratégicas e Análises, Serguei Demidenko:Barack Obama por enquanto não se apressa com a resolução sobre a Síria. Mais do que isto, na quarta-feira os legisladores americanos exigiram do presidente explicar detalhadamente e com motivação a necessidade de envolver os EUA em mais um conflito militar. A carta foi assinada por 116 membros da Câmara de Representantes. O mais provável é que agora a Casa Branca seja obrigada a esperar o término dos trabalhos dos especialistas da ONU na Síria e a conclusão deles.
“Tomemos como exemplo a Líbia. Os americanos participaram não muito ativamente nessa operação. Mas enquanto eles não levaram suas tropas para as fronteiras da Líbia, enquanto eles não realizaram alguns gestos ameaçadores a Kadhafi, os ingleses e franceses esperaram suficientemente pacíficos. Os ingleses não darão conta também desta operação sozinhos. Por isso eles estimulam por todos os meios Washington, para que os EUA ataquem abertamente Assad que os ingleses irão atrás.”
A questão do apoio aéreo das operações a partir de bases aéreas da OTAN na Europa não foi resolvida ainda. Sabe-se que a Áustria recusou-se a ceder o espaço aéreo para sobrevoo de aviões de guerra da OTAN, caso eles sejam deslocados para atacar a Síria. A República Tcheca e a Bélgica estão em dúvida.Enquanto isso forças militares do Ocidente reúnem-se em torno da Síria. No leste do mar Mediterrâneo já se encontra um grupo da Marinha dos EUA de quatro contratorpedeiros armados com mísseis Tomahawk, e também navio e submarino da Grã-Bretanha. No mar Adriático está um porta-helicópteros britânico e duas fragatas. No mar Vermelho e no golfo Pérsico estão grupos de porta-aviões americanos. Agora a França envia às costas da Síria uma fragata moderna de defesa antiaérea.
VOZ DA RÚSSIA |
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários aqui publicados são de responsabilidade de seus autores.