Em um discurso marcado pela prestação de contas de 10 anos de PT no comando do executivo brasileiro, a presidente Dilma Rousseff disse durante a abertura da IX Conferência Nacional de Assistência Social, que o desenvolvimento social garante o desenvolvimento econômico do país.
"Estamos, na prática, confirmando o nosso mestre Celso Furtado. Ele dizia que crescimento só se transforma em desenvolvimento quando o projeto social prioriza a melhoria das condições de vida da população", afirmou Dilma.
O discurso favorável aos projetos de distribuição de renda faz todo o sentido para a presidente. Principalmente no instante em que já se joga clara e abertamente as fichas pela eleição presidêncial no segundo semestre do ano que vem, pleito em que Dilma é claramente favorita - a julgar pelas pesquisas que medem a popularidade de seu governo.
Não à toa, numa rápida análise do projeto de lei orçamentária para 2014 enviado pela presidente à câmara, fica evidente o quanto o governo planeja se escorar nas políticas de distribuição de renda neste último ano de mandato. Se aprovado pelos deputados, Programas como Bolsa Família, Mais Médicos e o Minha Casa, Minha Vida serão destinatários de um volume recorde de verba pública.
Como mostrou reportagem publicado pelo jornal O Estado de São Paulo, o recém-criado Mais Médicos é o campeão em ampliação de verbas. O programa que prevê a captação de médicos estrangeiros para áreas do país com poucos profissionais de saúde - para o desespero das associações de médicos brasileiros - tem um aumento de 179,6% nas verbas, saltando dos atuais R$ 540 milhões (US$ 232,7 milhões) neste ano para R$ 1,51 bilhão (US$ 650,8 milhões) em 2014. Como um todo, a saúde brasileira, fonte de muitas críticas do eleitorado de Dilma, vai receber um incremento significativo de recursos: de R$ 90,5 bilhões (US$ 39 bilhões) para R$ 95 bilhões (US$ 41,25 bilhões), pouco mais de 8% do Produto Interno Bruto nacional.
Na sequência, aparecem os investimentos em educação (R$ 82,3 bilhões, cerca de R$ 25,4 bilhões acima do valor mínimo exigido constitucionalmente) e o Bolsa Família, apregoado por muito como o principal legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no campo. O programa deverá movimentar R$ 24,65 bilhões no ano que vem (0,47% do PIB). Como base de comparação, no ano em que foi inaugurado, em 2004, o programa tinha verba orçamentária de 0,29% do PIB.
A proposta que estabelece o Orçamento da União para 2014 passará nesta terça-feira, 17, pela Comissão do Orçamento. Em seguida, será encaminhada ao plenário do Congresso, onde será apreciada por deputados e senadores. A previsão para o ano que vem é de um orçamento de R$ 2,38 trilhões. Os fatos citados e as opiniões expressas são de responsabilidade do autor. Renato Jakitas
Créditos: Voz da Russia
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