"Às vezes acredito que é mais fácil ir aos Estados Unidos do que a Jerusalém", disse Marcelline para a entidade Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), fundação de direito pontifício fundada em 1947 e sediada na Alemanha. "Não deveria ser necessária uma permissão para visitar os lugares caros à nossa fé", acrescenta a jovem, que no último Domingo de Ramos participou ao lado da família de uma procissão em comemoração à entrada de Jesus em Jerusalém.
O evento acontece anualmente em todas as partes do mundo, inclusive na Palestina. Mas desta vez, ao menos na Cisjordânia, as atenções estavam voltadas para a futura passagem do Pontífice pela Terra Santa, uma ocasião muito esperada pelos católicos locais, que pedem uma intervenção de Francisco para resolver os seus problemas.
"Papa Francisco, a Palestina quer justiça!", diziam alguns cartazes levantados por fiéis na tradicional procissão entre Betfagé e Jerusalém. "Esperamos com ansiedade a vinda do Papa. Ele visitará os cristãos da Palestina e contará ao mundo o drama dos fiéis obrigados a viver do lado de lá dos muros e do arame farpado", disse, também à AIS, a palestina Susanne, que participou da caminhada do Domingo de Ramos com os filhos.
Segundo Rifat Kassis, representante da organização cristã Kairos Palestine, o início da construção da barreira entre Israel e Cisjordânia tornou muito mais difícil a entrada de pessoas dos territórios ocupados no país. Além disso, um número crescente de palestinos denuncia disparidades e irregularidades na concessão de permissões por parte do governo israelense. "O sistema de autorizações parece não ter qualquer lógica. Dentro de uma mesma família só é permitido o acesso a alguns membros", explica Yusef Daher, do Centro Intereclesial de Jerusalém.
No último dia 14 de abril, um porta-voz de Israel rebateu as acusações e disse que, das 16 mil solicitações de palestinos para a Semana Santa, 14 mil foram aceitas. "Continuamos a avaliar os outros pedidos. Ainda faltam alguns dias para a Páscoa cristã", acrescentou.
Créditos: Jornal do Brasil
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