A presidenta Dilma Rousseff, em entrevista coletiva neste sábado (17), em Brasília, afirmou que houve desvio de recursos públicos da Petrobras e que fará tudo o que estiver a seu alcance para que este dinheiro seja ressarcido aos cofres públicos. "Eu farei todo o meu possível para ressarcir o país. Se houve desvio de dinheiro público, nós queremos ele de volta. Se houve, não, houve, viu?" A candidata à reeleição disse, no entanto, que ainda não se sabe o que é para ser ressarcido. "A delação premiada não foi entregue a nós, apesar de eu ter pedido ao Ministério Público e ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, e disseram que estava sob sigilo... para mim."
Dilma disse que um de seus maiores feitos tanto no governo Lula, como ministra de Minas e Energia, quanto como presidenta, foi a recuperação da indústria naval. O destaque ao tema, na abertura da entrevista, foi justificado pela candidata com base em declaração do adversário na disputa, Aécio Neves (PSDB), de que investiria no Polo Naval do Rio Grande do Sul, em visita ao estado.
Porém, segundo Dilma, na página 35 do programa de governo do tucano, há uma referência a "racionalizar as exigências de conteúdo local da atual política industrial". "Sem conteúdo local esses polos não vão a lugar nenhum", garantiu ela, que participou do processo de recuperação da indústria ainda quando ministra de Minas e Energia do presidente Lula. Como o candidato vai manter o investimento nos polos sendo contra a política de conteúdo local, que garantiu o crescimento do setor? Para ela, isso mostra a "imensa inconsequência" das falas de Aécio.
"A indústria naval do Brasil passou de 7 mil trabalhadores para 81 mil, e caminhamos para 100 mil em 2015", comemorou a presidenta.
No Plano de Gestão e Negócios da Petrobras para 2014 a 2018 está prevista a construção de 38 plataformas de produção, 28 sondas, 88 navios petroleiros e 146 barcos de apoio, totalizando investimento de R$ 100 bilhões de dólares. "Tudo garantindo conteúdo local entre 55% e 75%", explica Dilma. Segundo ela, isso era recurso que nos governos anteriores iam para Cingapura, Coreia e Japão.
Ao ser questionada sobre o nível da campanha, a candidata disse que tem propostas concretas a discutir, mas que o adversário não tem, que só tem no papel. Disse que não pode aceitar o tratamento de "leviana" atribuído a ela pelo tucano, o que também ocorreu com a candidata do Psol à presidência, Luciana Genro. "Nós deveríamos processá-lo. Não é uma frase correta para mulheres", observou. Ela disse que lamenta o que vem ocorrendo e que sabe que o Brasil merece uma discussão de mais alto nível, "que começa pelo respeito que se deve ter por pessoas que são candidatos à presidência da República".
Créditos: Rede Brasil Atual
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