Nova equipe tentará também ajustar as contas do governo, que gasta mais do que arrecada
A presidente Dilma Rousseff vai anunciar nesta quinta-feira (27) os ministros que comandarão a Fazenda e o Planejamento em seu segundo mandato. Os mais cotados para os cargos — o ex-secretário do Tesouro Nacional Joaquim Levy (Fazenda) e o ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa (Planejamento) — assumirão as pastas em janeiro com a missão de retomar o crescimento e recuperar a confiança de investidores e empresários, preocupados com o PIB baixo e o desequilíbrio fiscal (despesas maiores que as receitas).
A transição entre as equipes tem recebido muita atenção da presidente. Dilma se reuniu na terça-feira (25) com Levy para acelerar a apresentação de um "pacote" de resgate da credibilidade fiscal do governo.
Uma fonte do governo disse na quarta à agência de notícias Reuters, na condição de anonimato, que Levy terá a missão de desmontar gradualmente a política feita nos últimos anos, revertendo as desonerações tributárias.
"Não tem como o governo manter a política anticíclica. Levy vai assumir o cargo de ministro da Fazenda para rever as contas, reverter desonerações, gerar mais receita e criar ambiente para a melhora do investimento privado", disse a fonte.
As medidas em estudo também envolvem mudança no seguro-desemprego e abono salarial, além de contenção de gasto da máquina pública.
Também está em análise o aumento da alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico) sobre combustíveis, zerada desde 2012. Além de gerar receita anual superior a R$ 10 bilhões, o tributo pode melhorar a competitividade do etanol no mercado brasileiro.
Esse conjunto de medidas está em fase final de elaboração, mas não deve ser anunciado hoje.
Formado em Engenharia Naval, Levy tem doutorado em Economia pela Universidade de Chicago e mestrado, também em Economia, pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Nelson Barbosa, por sua vez, já esteve no governo Dilma, mas deixou a Secretaria Executiva da Fazenda no ano passado alegando motivos pessoais. Nos bastidores, a informação é de que ele não concordava com a ingerência do Planalto e com as manobras contábeis realizadas pelo presidente do Tesouro Nacional, Arno Augustin — outro que deve deixar o cargo na próxima gestão.
Apesar de Barbosa não ser considerado um nome ligado ao mercado, pesou a seu favor a vontade pessoal de Dilma, que tem um bom relacionamento com ele. Além do segundo posto mais importante na Fazenda, ele também ocupou a Secretaria de Acompanhamento Econômico, entre 2007 e 2008, e a Secretaria de Política Econômica entre 2008 e 2010.(R7).
Créditos: WSCOM
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