Na Indonésia, mulheres que quiserem se aliar à força policial do país são obrigadas a se submeter a “testes de virgindade”. Classificada como “humilhante” e “arcaica” pela ONG Human Rights Watch na terça-feira (18/11), a prática consiste em um exame que mede se o hímen está intacto a partir da inserção de dois dedos com gel na vagina da candidata.
Trata-se de um pré-requisito para entrar na instituição, descrito por muitas entrevistadas pela ONG internacional de direitos humanos como “traumático” e “doloroso”. “Eu temia que, depois de realizado o teste eu não seria mais virgem. Uma amiga até desmaiou”, relata uma entrevistada. “Eu não quero me lembrar dessas experiências ruins. Foi humilhante”, comenta outra, de 19 anos, segundo a Al Jazeera.
Para o porta-voz da polícia indonésia, Maj Gen Ronny Sompie, o teste é utilizado com o intuito de analisar se os candidatos têm algum tipo de infecção sexualmente transmissível. Em 2010, um ex-chefe da polícia do país chegou a concordar em abolir o exame. Apesar das frequentes queixas das mulheres em relação à prática, o teste continua a ser realizado da mesma maneira há décadas.
“Os chamados ‘testes de virgindade’ são discriminatórios e uma forma de violência de gênero. Não é uma medida de elegibilidade das mulheres para uma carreira na polícia”, criticou Nisha Varia, uma das diretoras da ONG, ao Guardian. Para a Human Rights Watch, a prática viola os princípios da polícia nacional da Indonésia, bem como a política internacional de direitos humanos.
Além dos exames vexatórios, a força policial ainda exige que as candidatas mantenham um padrão de vida estipulado: devem ser solteiras e não podem se casar até determinado período em que estiverem dentro da instituição. Com a maior população muçulmana do mundo, a Indonésia é num país majoritariamente conservador, onde muitas regiões louvam e valorizam a virgindade feminina. (Opera Mundi)
Créditos: Focando a Notícia
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