segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Extrema-direita não vence em nenhuma região em eleição na França


A extrema-direita francesa fracassou neste domingo no segundo turno das eleições municipais, ao não conquistar qualquer região, nesta última votação crucial antes da presidencial em 2017, apesar dos resultados históricos no primeiro turno, segundo estimativas dos institutos de pesquisa. 

Segundo os resultados definitivos, a oposição de direita venceu em sete das 13 regiões da França, entre elas a Ile-de-France (a região de Paris), que a esquerda governava há 17 anos.

  A esquerda, que atualmente está na presidência da república e até agora dirigia todas as regiões menos uma, limitou as perdas e ganhou em cinco regiões. Na Córsega, ganharam os nacionalistas, que desejam a independência. Os partidos tradicionais se beneficiaram com uma maior mobilização do eleitorado, com uma taxa de participação que subiu para 58,53, oito pontos a mais que no primeiro turno.

A eleição foi marcada por pedidos de políticos e inúmeras associações, que pediram "bloquear o caminho" da extrema-direita encarnada pela Frente Nacional (FN). "O perigo da extrema-direita não está descartado, longe disso", reagiu o primeiro-ministro socialista, Manuel Valls. Ele saudou um "resultado muito digno", mas assegurou que "não traz nenhum alívio, nenhum triunfalismo".

Estes resultados são um verdadeiro golpe para as três figuras emblemáticas da Frente Nacional: sua presidente, Marine Le Pen, amplamente superada no norte por seu adversário de direita, sua sobrinha Marion Maréchal-Le Pen, que perdeu no sul, e Florian Philippot, figura estratégica do partido, no leste.

"Nada vai poder nos segurar", afirmou Marine Le Pen após os resultados serem divulgados, criticando os chamados a bloquear a extrema-direita. Ela denunciou, por sua vez, "um regime agonizante". "Existem vitórias que são uma vergonha para os vencedores", disse Le Pen, num discurso que seus seguidores escutaram em silêncio.

Apesar de tudo, a FN tem motivos para considerar um consolo o recorde de 6,8 milhões de votos que recebeu, acima dos 6,4 milhões da eleição presidencial de 2012, quando o comparecimento às urnas foi maior. O jornal Liberation afirma que "esta vitória é sobretudo uma não derrota", antes de destacar que "o medo da extrema-direita mobilizou a esquerda e não a a adesão".
Para o jornal Le Figaro, os resultados exigem aos adversário da FN que "se mostrem à altura da confiança que o eleitorado voltou a depositar". (Da France Presse)
Créditos: G1

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