Os EUA marcaram a data de instalação dos seus aviões de guerra na Polônia. O pessoal de vôo da Força Aérea vai chegar à base na Polônia já neste outono.
Os peritos constatam que, formalmente, estas ações não contrariam os acordos entre a Rússia e a OTAN. Mas na realidade, trata-se do incremento da infraestrutura militar da aliança nas proximidades das fronteiras russas, tanto mais que a Polônia, - participante do sistema europeu de defesa antimíssil, - insiste na intensificação da sua colaboração com a OTAN neste setor.
Os EUA anunciaram no ano passado a sua intenção de transferir aviões de guerra da Itália para a Polônia. Trata-se de 16 aeronaves incluindo aviões de transporte C-130 e, o que é especialmente importante, os caças F-16. Agora o Pentágono aponta que, em conformidade com o acordo firmado com a parte polonesa, esta unidade será instalada numa das bases a partir de 2013 e que os militares americanos serão transferidos para a região da base já neste outono.
A OTAN declara que a transferência de aviões de guerra americanos não tem nada a ver com esta aliança, nem está relacionada aos seus planos estratégicos. Fala o vice-diretor do Instituto dos EUA e do Canadá, Pavel Zolotariov.
"Tudo isso faz parte da infraestrutura militar da OTAN e eles têm o direito de instalar o que acham necessário no lugar que lhes convém. Por outro lado, esta ação, relacionada ao incremento complementar dos componentes de força da OTAN, da mesma maneira que a instalação da infraestrutura desta aliança em geral, sempre provoca preocupação. A situação vem comprovar mais uma vez a justeza da posição da Rússia: sempre fomos contrários ao alargamento da OTAN considerando que isso não contribui para a consolidação da segurança européia."
Varsóvia incrementa coerentemente a colaboração militar com Washington, especialmente na zona que confina com a Rússia. A Polônia é participante ativa do sistema de defesa antimíssil, atualmente em construção na Europa. De acordo com os planos dos EUA, neste país deviam ser instalados grandes complexos antimísseis. Mas em 2008 a administração de Barack Obama anunciou a revisão da sua estratégia. A atual transferência de aviões de guerra pode ser considerada como mais um passo de Washington ao encontro da parte polaca, - afirma Ruslan Pukhov, diretor do Centro de Análise de Estratégias e de Tecnologias.
"Os poloneses querem muito ter o aspeto de aliados seguros dos americanos não somente em palavras mas também na realidade. Por isso, a Polônia é o único país europeu cujo orçamento militar vem crescendo apesar de todos os desarranjos econômicos neste continente. Os poloneses ficaram muito ofendidos com a recusa dos americanos de instalar no seu território o sistema de defesa antimíssil e por pouco não tacharam este ato de traição. Por isso, os americanos não puderam indeferir um pedido insignificante dos poloneses – fornecer uma infraestrutura que a Polônia tinha solicitado."
Moscou exigiu reiteradas vezes que Washington apresentasse garantias de que o sistema de defesa antimíssil na Europa não será orientado contra a Rússia. Mas os EUA recusam-se até hoje a fornecer semelhantes garantias. O primeiro-ministro Dmitri Medvedev declarou na véspera que até hoje “não existe compreensão ao nível mundial contra quem este sistema está sendo criado”.
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