Moreira explica que 10 mil mosquitos serão soltos a cada semana durante cerca de 3 a 4 meses. Como as fêmeas infectadas passam a bactéria para os ovos, a expectativa é que depois de um tempo, toda a população esteja infectada pela Wolbachia. “Toda semana, vamos soltar os mosquitos e fazer a coleta na região para verificar se estão infectados sou não, até atingir cerca de 100%. A partir disso, não precisa soltar mais”, diz o pesquisador.
A bactéria Wolbachia não traz nenhum risco às pessoas, segundo os pesquisadores. Moreira explica que as pessoas já estão expostas a ela no dia a dia: 70% dos pernilongos, por exemplo, têm essa bactéria no organismo. A iniciativa faz parte de um projeto internacional lançado pela Austrália chamado “Eliminate Dengue: Our Chalange” (ou Eliminar a Dengue: Nosso Desafio). Foi na Universidade de Monash que uma equipe de pesquisadores conseguiu retirar a bactéria Wolbachia das moscas-das-frutas e passá-la para os mosquitos Aedes aegypti, injetando-a nos ovos dos mosquitos.
Outros estudos demonstraram que a bactéria era capaz de bloquear o vírus da dengue no Aedes aegypti, impedindo que o mosquito transmitisse a doença ao picar alguém. Mosquitos infectados pela bactéria já foram liberados em algumas cidades no nordeste da Austrália e também no Vietnã e Indonésia. No Brasil, o projeto se chama “Eliminar a Dengue: Desafio Brasil”. Nos próximos anos, outros três bairros devem receber os mosquitos com bactéria, segundo Moreira: Urca e Vila Valqueire, no Rio de Janeiro, e Jurujuba, em Niterói.(G1)
Créditos: WSCOM
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