Senadores contrários ao impeachment da presidente Dilma Rousseff repudiaram, nesta quinta-feira 4, o que chamaram de censura por parte do presidente da Comissão Especial do Impeachment, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), que retirou das notas taquigráficas expressões como "fraude" e "golpe" em referência ao relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e a ao processo em si.
A discussão começou após encaminhamento de voto da senadora Fátima Bezerra (PT-RN), contrário ao relatório, por considerá-lo uma fraude. Para a senadora, o regimento do Senado Federal nunca pode ser maior que a Constituição Federal.
"O artigo 53 da carta magna do país determina que os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Portanto, eu tenho direito de dar minha opinião, de conteúdo político", declarou.
"Isto não pode ser retirado de notas taquigráficas nenhuma porque é documento que vai ficar para a história. Minha opinião não é pessoal em relação ao relator. Estou expressando uma opinião do ponto de vista político sobre o relatório produzido por ele e tenho direito que isso fique registrado nos anais da casa", ressaltou a senadora.
Mesmo após as manifestações dos senadores, o presidente da Comissão manteve sua decisão de censurar os pronunciamentos dos parlamentares. Uma questão de ordem da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) pediu a manutenção ipis litteris do pronunciamento de todos os senadores para o registro da História.
Para Vanessa, a censura é mais uma fraude processual e ela adiantou que recorrerá ao plenário para manter as falas dos senadores na ata. "Ora, atas anteriores comprovam claramente que senadores, a exemplo de Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), acusou a presidente Dilma de cometer fraude eleitoral. Logo, todos podem falar o que bem quiser", comparou.
Com informações de Esmael Morais
Créditos: Portal Brasil 247
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