A presidenta Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, rebateu ontem (9) as críticas de Marina Silva, do PSB, com alusão ao apoio dado pelo Itaú à adversária na disputa pelo Palácio do Planalto. “Não adianta querer falar que eu fiz bolsa banqueiro. Não tenho banqueiro me apoiando.
Não tenho banqueiro me sustentando”, disse, durante entrevista coletiva concedida em São Paulo antes de participar de ato sobre a universalização da banda larga no país. Mais cedo, em Belo Horizonte, Marina havia dito que Dilma criou a “bolsa banqueiro” e criticou os lucros obtidos pelos bancos durante o governo da petista. A resposta da presidenta é uma referência ao fato de que a coordenadora-geral da campanha da adversária é Neca Setúbal, herdeira do Itaú. O banco também tornou público apoio institucional à candidata do PSB, que tem como uma de suas propostas centrais a independência do Banco Central em relação ao presidente da República.
Não tenho banqueiro me sustentando”, disse, durante entrevista coletiva concedida em São Paulo antes de participar de ato sobre a universalização da banda larga no país. Mais cedo, em Belo Horizonte, Marina havia dito que Dilma criou a “bolsa banqueiro” e criticou os lucros obtidos pelos bancos durante o governo da petista. A resposta da presidenta é uma referência ao fato de que a coordenadora-geral da campanha da adversária é Neca Setúbal, herdeira do Itaú. O banco também tornou público apoio institucional à candidata do PSB, que tem como uma de suas propostas centrais a independência do Banco Central em relação ao presidente da República.
O programa de governo lançado pelo PSB fala que a autonomia de diretores e do presidente do BC deve ser assegurada “o mais rapidamente possível”, desligando do Executivo a execução da política de juros e câmbio. O projeto fala em discutir os detalhes mais adiante, mas nas últimas semanas representantes da candidatura de Marina adiantaram que os integrantes do banco teriam mandato fixo de seis anos, contra quatro do chefe de Estado, e só seriam demitidos em casos graves, como denúncias comprovadas de corrupção.
“O Banco Central, como qualquer outra instituição, não é eleito por tecnocratas nem por banqueiros. O Banco Central é eleito por quem teve voto direto”, reafirmou Dilma, para quem a autonomia do BC o deixará subordinado aos interesses do mercado, e não dos representantes escolhidos pela população. “Representa uma coisa muito simples: vão definir a taxa de juros, o câmbio, as condições de política de crédito serão definidas autonomamente pelo Banco Central, sem prestar contas ao Executivo ou ao Legislativo.”
Em Belo Horizonte, Marina reiterou a jornalistas que vai “institucionalizar” a autonomia do órgão de regulação do mercado financeiro. “A autonomia do Banco Central é para que esteja a serviço dos brasileiros, não de um grupo ou partido. Isso é fundamental para que se controle inflação e para que se tenha credibilidade para o país voltar a crescer”, disse. Ela externou ainda a visão de que a alta de preços fugiu ao controle do governo e que a gestão petista não respeita os principais fundamentos macroeconômicos.
Em São Paulo, pouco mais tarde, Dilma criticou a visão da adversária. “Aonde que está a instabilidade macroeconômica do Brasil?”, disse, marcando também a posição de que as propostas de Marina são parecidas às de Aécio Neves, do PSDB, partido conhecido pela adoção de linhas neoliberais quando esteve à frente do Planalto, entre 1995 e 2002, com Fernando Henrique Cardoso.
Na seara econômica, o principal mentor dos projetos da candidata do PSB, Eduardo Giannetti, avalia que é preciso reduzir o papel dos bancos públicos – Banco do Brasil, Caixa e BNDES – e fala em promover um “desmame” das indústrias, que estariam muito acostumadas a incentivos governamentais. Ele considera bem-sucedido o ajuste fiscal promovido em 1999 por Armínio Fraga, que custou redução do crescimento econômico e desemprego. O programa de governo de Marina prevê ainda uma restrição ao crédito na economia.
Outra crítica de economistas próximos a Marina e Aécio diz respeito às reservas internacionais acumuladas ao longo dos anos de governo do PT, hoje em US$ 378 bilhões, ante US$ 47,8 bilhões em igual período de 2003. “Vai reduzir as reservas? E a cada vez que tiver crise internacional nós vamos quebrar e vamos para o Fundo Monetário? Porque faz 12 anos que não aparecemos para o Fundo Monetário como devedores”, indagou a presidenta. “Tenho certeza que o segundo mandato, se porventura eu for eleita, terá condições conjunturais completamente diversas. Porque espero que a economia internacional se recupere. Não acho que ela continuará andando de lado como vem fazendo.”
Créditos: Rede Brasil Atual
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