O mercado trocou o sinal mostrado ao presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, nos momentos seguintes à sua posse, na semana passada. As reações de mau humor, com punição aos papeis da companhia, se transformaram nesta semana em sinais de confiança. A ponto de as ações terem se valorizado nada menos que 10% a partir da quinta-feira 12, retomando hoje o patamar dos R$ 10,00. Foram 4,52% na quarta 12 e mais 5,5% agora.
Os principais motivos para as altas estão no discurso e nas atitudes do próprio Bendine. Como ele anunciara, a Petrobras informou ontem que irá apresentar seu balanço auditado no final do mês de maio, com o apontamento das perdas com corrupção.
Antes do anúncio do balanço, certamente o dado mais aguardado pelo mercado, Bendine disse, em duas entrevistas, ao Jornal Nacional e ao Valor Econômico, que não irá abrir mão da política de conteúdo nacional. Foi o que o governo esperava que ele dissesse. Mas igualmente Bendine admitiu que o plano de investimentos da Petrobras já está em revisão e, ainda, que poderá, sim, ocorrer venda de ativos. Exatamente o que o mercado precisava saber.
Ao chegar a um, frágil ainda, mas ainda assim um ponto de equilíbrio entre o que o governo determina e o que os investidores desejam, Bendine começou bem sua missão. Apesar de ocorrências como a explosão que matou cinco petroleiros, na costa do Espírito Santo, na quarta-feira 12, num navio-plataforma contratado pela estatal, a empresa passou a sua melhor semana na Bolsa de Valores em semanas.
O investidores sonhavam, antes da nomeação de Bendine, com nomes como Henrique Meirelles para o comando da estatal. Seria, sem dúvida, um presidente forte, com pegada suficiente para até mesmo descolar a Petrobras das orientações da presidente Dilma Rousseff, especialmente sobre a manutenção da política de conteúdo nacional. Mas, como demonstram as duas subidas em sequência, eles já começam a ver Bendine não como um inimigo ou aliado, mas um técnico que vai demonstrando saber o que está fazendo. Para uma empresa que está com sua credibilidade em risco, isso já é muita coisa.
Créditos: Brasil 247
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