sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Petrobras anuncia prejuízo de R$ 16 bilhões

A Petrobras teve prejuízo de R$ 16,458 bilhões no 3º trimestre de 2016, informou a estatal ontem (10). "Esse resultado decorre, principalmente, do impairment de ativos (reavaliação de ativos) e de investimentos em coligadas no valor de R$ 15,709 bilhões", disse a estatal em comunicado. No acumulado no ano, a petroleira passa a ter prejuízo de R$ 17,334 bilhões.
No 2º trimestre, a Petrobras tinha registrado lucro líquido de R$ 370 milhões, após uma sequência 3 trimestres de prejuízo. No mesmo período do ano passado, a empresa tinha registrado perda de R$ 3,759 bilhões.
Entre os fatores anunciados, no balanço, que influenciaram no resultado estão a apreciação do real frente ao dólar, a variação do preço do petróleo e despesas maiores com o programa de demissão voluntária.
"A Petrobras não espera que ocorram nos próximos trimestres outros eventos com impactos do teste de paridade como os que ocorreram nesse trimestre", disse o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan Monteiro.
Em meio à crise detonada pela Lava Jato e pela queda dos preços internacionais do petróleo, o endividamento líquido da Petrobras passou de um patamar de R$ 100 bilhões no final de 2011 para R$ 332,39 bilhões no final de junho.
créditos: Brasil 247

Cheque de R$ 1 mi para campanha em 2014 foi nominal a Temer

Documento entregue ao TSE na prestação de contas Um cheque de doação nominal da construtora Andrade Gutierrez no valor de R$ 1 milhão ao então candidato a vice-presidente Michel Temer (PMDB) em 10 de julho de 2014 diverge da versão do ex-presidente da empreiteira e delator Otávio Azevedo apresentada em seu depoimento na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE em setembro deste ano.
Na ocasião, o delator afirmou que a empreiteira doou em março daquele ano R$ 1 milhão ao diretório nacional do PT e que esse valor teria sido pago como parte de um acerto de propina de 1% dos contratos da Andrade com o governo federal. 
A quantia, na versão de Otávio, teria sido repassada do diretório petista para a campanha da chapa Dilma-Temer em 14 de julho. Como previa a legislação no período, os diretórios eram obrigados a identificar o responsável pelas doações que chegavam à sigla e depois eram encaminhados aos candidatos.
O cheque e os registros da prestação de contas, contudo, mostram que o repasse feito em julho foi, na verdade, para o diretório nacional do PMDB, em nome de Michel Temer e que, posteriormente, fez o repasse para a campanha da chapa Dilma-Temer. A defesa de Dilma Rousseff no processo acusou o delator de prestar falso depoimento à Justiça Eleitoral e pediu ao Ministério Público que apure o caso.
Ao ser indagado em setembro pelo ministro Herman Benjamin sobre as doações feitas pela empresa aos vários candidatos e partidos, Otávio disse não haver uma distinção no caixa da companhia sobre os repasses feitos aos vários políticos, mas disse que "certamente" este um milhão doado ao PT em março, e que ele pensou ter sido repassado em julho, era decorrente do acerto de propinas da Andrade com o governo federal.
Ele também reafirmou que parte dos recursos que eram doados ao PMDB vinham de um acerto de propinas da empreiteira com o partido referente às obras da usina de Belo Monte, citada pelos delatores da Andrade e que está sob investigação da Lava Jato.
Diante disso, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman Benjamin, relator do processo que pode levar à cassação da chapa vitoriosa de Dilma Rousseff e Michel Temer nas eleições de 2014, determinou uma acareação entre Edinho Silva, tesoureiro de campanha e o executivo Otávio Azevedo.
A acareação foi marcada para quinta-feira, 17, às 18h, no TSE. A decisão do ministro acolhe pedido dos advogados que representam o PSDB, responsáveis pela ação contra a chapa Dilma/Temer.
A decisão de Herman foi tomada depois de a defesa de Dilma apresentar ao TSE uma série de documentos que apontam que Temer foi o beneficiário de uma doação de R$ 1 milhão da Andrade Gutierrez. A defesa de Otávio não quis comentar o assunto e deve encaminhar uma explicação ao TSE sobre o depoimento do delator nos próximos dias.
Em nota, o PMDB reafirma que "sempre arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais em vigência no país. Doações de empresas eram permitidas e perfeitamente de acordo com as normas da Justiça Eleitoral nas eleições citadas. Em todos esses anos, após fiscalização e análise acurada do Tribunal Superior Eleitoral, todas as contas do PMDB foram aprovadas não sendo encontrados nenhum indício de irregularidade".
Créditos: UOL

Teste via USB consegue detectar HIV em 30 minutos

Um novo teste desenvolvido por pesquisadores do Imperial College London, na Inglaterra, em parceria com a DNA Eletronics, consegue detectar o vírus HIV em minutos. A novidade usa um chip USB que se conecta ao computador e fornece o resultado em trinta minutos.

O aparelho, que conta com um chip de celular, usa uma pequena gota de sangue que é introduzida no USB. Se há o vírus HIV na amostra, é detectada uma mudança de acidez, que se transforma em um sinal elétrico. O sinal é enviado para o USB, que produz o resultado em um programa no PC. Em testes, a precisão foi de 95% e o tempo médio de resultado foi de 20,8 minutos.

UK scientists have developed a USB test (pictured) which can detect levels of HIV in a drop of blood. The disposable technology could help patients to monitor their own treatment and produces an accurate result in just 30 minutes

"Atualmente, o teste muitas vezes requer equipamento caro e complexo que pode levar alguns dias para produzir um resultado", explicou o doutor Graham Cook, cientista autor da pesquisa, ao DailyMail. Ele conta que a máquina que confirma os resultados tem o tamanho de uma copiadora grande. "Agora encolhemos para um USB", declara.

Os testes de HIV de rotina detectam a presença do vírus, mas não a quantidade na corrente sanguínea. Já a nova tecnologia consegue fazer as duas coisas. "O monitoramento de carga viral é crucial para o sucesso do tratamento do HIV", explica Cook.
The hope is that quick and effective diagnostic tests like the USB stick could enable patients to use a self-test kit, just like those with diabetes use to check blood sugar levels

O objetivo do projeto é permitir aos pacientes fazer o teste sozinhos, assim como os pacientes diabéticos medem o nível de glicose no sangue. O dispositivo pode ajudar pessoas que moram em regiões remotas, onde o acesso de médicos e equipamentos maiores é difícil, por exemplo. A novidade pode permitir também que os médicos monitorem se os pacientes estão tomando os medicamentos e a resistência do vírus a eles. Fonte: Olhar Digital.
Créditos: PBAgora

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Dilma faz denúncia no TSE e entrega documentos que podem derrubar Temer

A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff apresentou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que investiga as contas das eleições de 2014, documentos que indicam que a empreiteira Andrade Gutierrez repassou R$ 1 milhão à campanha por meio da conta do então candidato a vice, Michel Temer. O material enfraquece a tese defendida por Temes de que sua arrecadação de campanha foi separada da de Dilma e que, portanto, seu mandato não deveria ser cassado em caso de condenação pelo tribunal. As informações são de reportagem da Folha de S.Paulo. 

Os documentos apresentados pela defesa de Dilma rebatem a versão do ex-presidente da Andrade Gutierrez e hoje delator da Lava Jato, Otávio Azevedo, de que a quantia —referente a propina por conta de obras do governo federal— teria sido encaminhada ao diretório nacional do PT.
 "Para rebater a versão do empreiteiro, a defesa de Dilma voltou à prestação de contas do partido e confrontou os dados informados à Justiça Eleitoral em 2014 com o depoimento de Azevedo.

Encontrou documentos mostrando que em 14 de julho houve realmente a entrada de R$ 1 milhão para a campanha, mas neles o CNPJ do doador era o diretório nacional do PMDB, e não do PT, como havia dito Azevedo. No anexo 112 da prestação de contas da chapa Dilma/Temer, os advogados encontraram o recibo eleitoral da transação de R$ 1 milhão feita pelo PMDB para a campanha, que indica como doador original do dinheiro a Construtora Andrade Gutierrez.

Também anexaram no processo a cópia do cheque do PMDB nominal a "Eleição 2014 Michel Miguel Elias Temer Lulia Vice-Presidente". O cheque foi assinado no dia 10 de julho de 2014.
Quatro dias depois, dois extratos bancários mostram que ele foi depositado na conta Eleição 2014 Michel, no Banco do Brasil. O cheque foi assinado pelo senador Eunício de Oliveira, então tesoureiro do PMDB.

A defesa de Dilma quer que o depoimento de Azevedo seja considerado inválido por causa das inconsistências. A assessoria do presidente Michel Temer disse que Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, garantiu em seu depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral que o dinheiro doado à campanha do peemedebista não teria origem em propinas. O presidente já admitiu que pediu doação a Azevedo e que foi atendido, mas diz que tudo aconteceu dentro da legalidade." Fonte: Brasil 247.Foto: NH.
Créditos: Plantão Brasil

Milhares de pessoas protestam nos EUA contra políticas de Donald Trump

Milhares de pessoas protestam contra a eleição de Donald Trump em Los Angeles - Foto Eugene Garcia/Agência LusaMilhares de pessoas saíram às ruas em todas as grandes cidades americanas para protestar contra as propostas do presidente eleito Donald Trump, de expulsar imigrantes e banir a entrada de muçulmanos no país. Os protestos ocorreram no dia em que foi anunciado o resultado da eleição à presidência, com vitória do republicano que derrotou a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Também foram divulgados nessa quarta-feira os resultados das eleições de senadores e deputados. Os republicanos vão continuar dominando o Congresso porque elegeram a maioria de parlamentares nas duas casas.

Com o avanço da contagem de votos, os republicanos elegeram 51 senadores, contra 48 dos democratas. Na Câmara dos Deputados (também chamada de Câmara dos Representantes), os republicanos elegeram 239 deputados contra 193 representantes dos democratas. O controle simultâneo, pelo Partido Republicano, da presidência dos Estados Unidos e também das duas casas do Congresso surpreendeu não só os líderes democratas, como também muitos republicanos, e é uma situação que não se via na politica norte-americana desde 2006. Essa nova composição de poder está assustando e dividindo os líderes do Partido Democrata. Muitos consideram que os números do colégio eleitoral não representam o sentimento da população americana.

Outros, como a candidata democrata Hillary Clinton e o presidente Barack Obama, estão fazendo apelo para que todos aceitem o resultado das urnas. Ontem, Hillary  disse que o resultado causa dor, mas insistiu que os democratas devem se manifestar nas urnas. Obama vai receber Donald Trump hoje na Casa Branca para iniciar o processo de adaptação do presidente eleito, que tomará posse em 20 de janeiro de 2017. Hillary Clinton também será recebida por Obama.

Apesar do apelo feito por Hillary e Obama, milhares de pessoas marcharam espontaneamente pelas ruas das principais cidades dos Estados Unidos para protestar. Entoando cânticos como "Trump não é meu presidente", manifestantes levavam cartazes com palavras de ordem contra as políticas anunciadas por Trump, durante a campanha eleitoral. A maior parte dos cartazes protestava contra o anúncio de Tramp de que expulsará imigrantes ilegais e barrará a entrada de  muçulmanos em território norte-americano. As manifestações começaram em Nova York e Chicago, mas depois se espalharam por dezenas de cidades.

Em Nova York, milhares marcharam de vários locais pela cidade em direção ao prédio do presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump. O prédio, chamado Trump Tower, é um dos mais imponentes de Manhattan, que é a área central de Nova York. Em Nova York, pelo menos 65 pessoas foram presas nos protestos.

Em Chicago, no estado de Illinois, centenas de manifestantes marcharam pelo centro da cidade e se reuniram em frente à Torre Trump para expressar indignação pelo fato de o republicano ter sido eleito. Em Washington, os manifestantes protestaram nas ruas em frente ao Hotel Trump, um prédio inaugurado poucos dias antes da eleição do novo presidente dos Estados Unidos.

Centenas de pessoas foram às ruas do centro de Los Angeles, no estado da Califórnia, para expressar sua repulsa ao presidente eleito Donald Trump. O Departamento de Polícia informou que houve 13 prisões durante as manifestações. Muitas pessoas se reuniram em frente à prefeitura para protestar contra Trump. Dezenas de ônibus que servem como transporte público amanheceram com as laterais pintadas com um palavrão ao lado da palavra Trump. Também houve protestos em Oakland, outra cidade da Califórnia. Em Seattle, no estado de Washington, os protestos bloquearam as ruas do centro da cidade.

Em Boston, capital do estado de Massachusetts, milhares de manifestantes também protestaram contra Donald Trump. Os manifestantes cantaram "Trump não é meu presidente", "Não ao facista" e "Não seremos silenciados".
Créditos: Agencia Brasil

Reforma da Previdência será próxima etapa do ajuste fiscal

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles reafirmou, que a reforma da Previdência será a próxima medida para o governo a enfrentar o desequilíbrio fiscal do governo após a aprovação da PEC do Teto de Gastos em tramitação no Senado Federal.  “O que está acontecendo no Rio de Janeiro é didático”, disse, referindo-se ao estado que propôs medidas para aumentar a contribuição previdenciária para enfrentar os problemas de caixa, segundo o governador Luiz Fernando Pezão.
Meirelles falou durante o seminário “Infraestrutura e desenvolvimento do Brasil”, aberto nesta manhã pelo presidente Michel Temer e promovido pelo Valor Econômico, em Brasília, com patrocínio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e apoio do Banco de Desenvolvimento da América Latina.
Com as regras atuais, os gastos do governo, incluindo o crescimento das despesas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tornariam as contas do governo insustentáveis, segundo o ministro. “É necessário garantir que os programas de assistência social sejam para os que realmente precisam. Estão fazendo um pente fino e é bom ver os problemas”, disse.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário anunciou que encontrou irregularidades em 1,136 milhão de benefícios do Bolsa Família . Meirelles informou que, se nada fosse feito, as despesas do INSS passariam dos atuais 8% do PIB em 2016 para 17,5% do PIB em 2060.
O ministro voltou destacar que o país está vivendo a maior recessão do momento da história. Segundo ele, a partir da identificação desse fator, foi possível estabelecer uma base realista para construir a retomada do crescimento do país. “A crise é muito séria mas as medidas tomadas são decisivas e devidas há vários anos”, disse.
Meirelles lembrou que o o problema central é o crescimento das despesas primárias do Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência Social). Segundo ele, nenhum governo fez reduções, desde os anos 1990, desses valores em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas do país. Ele destacou ainda as intervenções feitas nos governos passados em alguns setores, com impactos nos preços da gasolina e da energia elétrica, que “provocaram certos desarranjos na economia”. Segundo Meirelles, nos últimos anos, além do desequilíbrio estrutural da despesa, o orçamento público foi sobrecarregado pelos impactos de intervenções mal sucedidas do governo federal na economia.
“Desde o início da década de 90 , nenhum governo reduziu a despesa primária do Governo Central como proporção do PIB. De 2007 a 2015 , em termos reais, a despesa primária do Governo Central cresceu o triplo do PIB”, disse. Somente de 2012 a 2015, a despesa primária do Governo Central passou de 17,3% para 19,5% do PIB, ressaltou. O ministro destacou ainda que tamanho crescimento das despesas veio, essencialmente da Previdência, assistência social e programas de transferência de renda. Meirelles também citou as despesas de custeio com saúde e educação, além dos subsídios e subvenções econômicas. Foto: EBC.
Créditos: Focando a Notícia

Comissão do Senado aprova relatório da PEC 55



A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) do Senado aprovou hoje (9), depois de sete horas de discussões, a íntegra do relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela os gastos públicos – o que permite que a matéria seja encaminhada para votação no plenário da Casa. No parecer, o relator, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), rejeitou as 59 emendas apresentadas. 
A oposição protestou e apresentou um texto substitutivo e dois votos em separado, estes últimos, para condicionar a implementação das medidas de ajuste à aprovação da proposta por meio de uma consulta popular, mas as duas alternativas foram rejeitadas.
No final, a matéria foi aprovada diante de uma cena insólita no Congresso, na qual foram os senadores que vaiaram a manifestação de um grupo pequeno de estudantes. “Vocês envergonham o país. É muito fácil para vocês falarem na crise econômica e na situação do povo brasileiro aprovando medidas como essa que só vão afetar a vida dos mais pobres”, gritaram duas moças, em meio a risos e levantes por parlamentares da base do governo. “Nunca vi uma coisa dessas, de senadores vaiarem o povo na casa que é do povo”, ironizou a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).
O encerramento dos trabalhos referentes à PEC 55 na CCJ foi motivo de reclamações dos senadores da oposição, que se queixaram de os integrantes da comissão não terem dado espaço para que a matéria fosse mais debatida. O presidente da comissão, José Maranhão (PMDB-PB), também impediu que fossem aceitas duas outras emendas de destaque apresentadas no último momento por Gleisi Hoffmann (PT-PR), com o argumento de que não existia autorização no regimento para isso, o que levou a uma discussão sobre regras regimentais do Congresso.
Como forma de mostrar a importância de uma consulta popular, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) divulgou o resultado de pesquisa que está sendo realizada pelo site do Senado junto à população sobre a proposta. O trabalho mostra que, até ontem, 341 mil pessoas responderam às perguntas. Dessas, 321 mil disseram ser contrárias ao congelamento dos gastos públicos e somente 20 mil se manifestaram favoráveis.
“Não adianta dizerem que esse resultado só saiu assim porque a pesquisa foi feita pela Internet. Então que aceitem ir às ruas, perguntar ao povo. Essa proposta é uma das mais injustas e truculentas apresentadas ao país”, afirmou a senadora. A explicação do relator para rejeitar as emendas foi de que “a situação econômica é muito séria e não permite mais atrasos na apreciação da PEC”.
Eunício disse que a diminuição da dívida pública é “essencial” para a reorganização da economia do Brasil e “tudo o que está em jogo é a segurança orçamentária, para que a União não gaste mais do que arrecada, daqui por diante”.
Impeachment do próximo presidente
Já no texto substitutivo ao da PEC, lido pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR), o parlamentar afirmou que a Constituição Federal estabelece a reserva de iniciativa que cabe ao Executivo em matéria orçamentária. De acordo com Requião, da forma como se encontra, a matéria significa o mesmo que eliminar a possibilidade de o chefe do Executivo a ser eleito pelo povo em 2018 conseguir governar.
A PEC fará, em sua opinião, com que o próximo presidente assuma o cargo com as mãos atadas e impedido de definir suas estratégias de gestão. “É o mesmo que decretar o impeachment do próximo presidente desde já. A mesma proposta também representa  a cassação dos parlamentares futuros”, acentuou.
O substitutivo sugeria que ficasse estabelecido, dentre suas principais medidas, o prazo máximo de quatro anos para a vigência de qualquer plano aprovado referente ao ajuste fiscal, que este prazo máximo de prevalência das medidas fiscais fosse sempre compatível com o do Plano Plurianual (PPA), que os gastos do governo fossem condizentes com o crescimento populacional e que fosse garantido o aumento real do salário mínimo sempre que registrado crescimento econômico no país. Determinava, ainda, que qualquer outro acréscimo a ser feito futuramente fosse objeto de um referendo.
O texto da PEC, que com a votação desta tarde permanece da forma como chegou ao Senado pela Câmara dos Deputados, limita as despesas primárias do governo federal (aquelas não destinadas ao pagamento de juros), pelos próximos 20 anos, ao valor gasto no ano anterior mais a correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do período de junho do ano retrasado a julho do ano anterior de cada exercício.
Contestações
Eunício Oliveira foi alvo de contestações de colegas quando disse que as áreas de saúde e educação, que afirmou serem “essenciais para o desenvolvimento do país e bem-estar da população”, não serão prejudicadas com a proposta. “Serão sim, senador”, rebateram de pronto as senadoras Gleisi Hoffmann e Fátima Bezerra (PT-RN). Em outro momento tenso da sessão, o relator afirmou que a PEC “mantém a atual regra para o piso da educação até 2017 e, a partir daí, estabelece um crescimento pela inflação”. E acrescentou que, em relação à saúde, o volume de 13,4% da Receita Corrente Líquida (RCL) destinada ao setor passará a ser de 15% a partir de janeiro de 2017.
Lindbergh Farias reclamou: “Não haverá aumento algum, senador. Só congelamento com redução de serviços. O senhor está muito mal informado”. Para Eunício Oliveira,  o colega é que está equivocado, mas o relator não entrou em maiores detalhes em sua explicação nem se prontificou a verificar o item mencionado por Lindbergh. Limitou-se a pedir, em tom irritado, ao presidente da CCJ, para interferir e evitar que ele voltasse a ser interrompido.
Tumulto
A votação da PEC teve início tumultuado, do lado de fora do Congresso. Isto porque grupos de estudantes e índios da etnia Guarani Kaiowa foram impedidos de entrar no Senado pela polícia legislativa. Após um acordo feito pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Gleisi Hoffmann, ficou acertado que uma comissão representativa de cinco alunos poderia acompanhar a audiência na comissão.
Os demais estudantes e os índios foram liberados para ter acesso ao Congresso, mas pelo anexo II da Câmara dos Deputados, para participar de audiências públicas sobre outros temas, sem permissão para que chegassem ao local onde estava sendo discutida a PEC.
A proibição, além de ter sido denunciada pelos oposicionistas como uma espécie de blindagem aos senadores apoiadores da PEC, também foi considerada parte da estratégia adotada pelo governo para evitar que emendas que alterassem o texto viessem a ser aprovadas. Contraditoriamente, a sala da CCJ ficou repleta de assessores legislativos e técnicos convidados pelos parlamentares da base do governo.
Nos bastidores, informações de senadores do PT e do PCdoB, confirmadas por um peemedebista, foram de que desde segunda-feira (7) o presidente Michel Temer e sua equipe de articulação política têm realizado audiências diversas com parlamentares para garantir a aprovação do relatório sem emendas.
Ao longo destes três dias, foram sete os encontros com líderes e parlamentares com atuação mais expressiva na legislatura – incluindo o que Temer teve com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), na noite de ontem. E, ainda, diversos os telefonemas trocados entre ministros e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Créditos: Rede Brasil Atual